Moscou irá retaliar se não forem aceitas suas demandas
Rússia não quer que suas propostas sejam "afogadas em discussões intermináveis".
Na quarta-feira (26), a Rússia afirmou que irá retaliar caso suas demandas de segurança em relação à Ucrânia não sejam atendidas. O número de soldados russos na fronteira com a Ucrânia ultrapassa 100 mil e está sendo motivo de preocupação para muitos países que temem a invasão russa no país. O alerta emitido pelo Kremlin amplificou o receio no cenário internacional.
O governo russo já repetiu diversas vezes que não tem a intenção de invadir a Ucrânia, mas os Estados Unidos e outros países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) não parecem acreditar nesse discurso. Os membros da organização anunciaram, nos últimos dias, uma mobilização de tropas caso a Rússia ataque.
A Rússia exigiu garantias de que a Otan nunca irá aceitar a Ucrânia e outros países que já foram repúblicas soviéticas como membros. Além disso, o governo russo também deseja que a aliança militar retire as tropas e os equipamentos militares de sua vizinhança.
Em uma audiência no Parlamento russo, Sergei Lavrov, ministro das relações exteriores da Rússia, disse que ele e outros funcionários irão orientar Vladimir Putin sobre os próximos passos após o governo russo receber por escrito dos EUA as respostas às suas exigências.
A expectativa é de que a resposta seja enviada nesta semana pela Casa Branca, mas os EUA já avisaram que não irão aceitar todas as demandas do governo russo.
Já o chanceler russo fez um alerta: "Se o Ocidente continuar com seu curso agressivo, Moscou tomará as medidas de retaliação necessárias". "Não vamos permitir que nossas propostas sejam afogadas em discussões intermináveis", completou.
Lavrov ainda foi questionado sobre a possibilidade da Rússia expandir a cooperação militar com a Venezuela, Cuba e Nicarágua, mas o chanceler apenas afirmou que Moscou possui uma relação próxima com esses países. Em janeiro, as autoridades russas não descartaram o envio de tropas russas para esses países se suas demandas não fossem atendidas.
Resolução indefinida
Discussões diplomáticas aconteceram durante as últimas semanas, mas não chegaram em uma resolução. A última delas, na noite de ontem, em Paris, reuniu assessores presidenciais da Rússia, França, Alemanha e Ucrânia debatendo a possibilidade de resgatar um acordo de paz.
Muitas questões relativas a um possível acordo de paz para o conflito no leste da Ucrânia permaneceram sem solução após oito horas de negociações, segundo o negociador-chefe da Rússia, Dmitry Kozak, em entrevista coletiva, apesar de todos concordarem com a necessidade de um cessar-fogo.
Outra reunião entre os quatro países está marcada para daqui a duas semanas em Berlim.
Comentários: