Banco do Canadá reduz taxa básica para 2,25% e sinaliza que ciclo de cortes pode estar próximo do fim
Corte de 0,25 ponto percentual já era amplamente esperado pelo mercado; autoridade monetária afirma que taxa atual está "aproximadamente no nível certo", dependendo da evolução das projeções econômicas
O Banco do Canadá anunciou nesta quarta-feira (29), a redução de 25 pontos-base na sua taxa diretora, que passou de 2,50% para 2,25%. A decisão, amplamente precificada pelos mercados, foi motivada pela combinação de um crescimento econômico mais fraco e sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho, embora o banco tenha destacado que a inflação permanece um vetor a ser monitorado antes de novos movimentos da política monetária.
No comunicado divulgado após a reunião, o Governing Council afirmou que a nova taxa "está aproximadamente no nível certo" para a atual conjuntura, mas que a trajetória futura dependerá da confirmação das projeções sobre atividade e preços. O banco acrescentou que está pronto para ajustar a política caso o cenário econômico se deteriore ou se choques inesperados afetem as perspectivas.
Os mercados haviam elevado fortemente as probabilidades de corte nas últimas sessões, à medida que dados recentes e riscos externos (inclusive tensões comerciais) pressionaram a atividade. Após o anúncio, o dólar canadense enfraqueceu moderadamente frente ao dólar dos EUA e as taxas de juros de prazo mais longo recuaram, enquanto investidores recalibraram apostas sobre novos cortes ou uma estabilização do ciclo de afrouxamento.
O governador Tiff Macklem, em declarações subsequentes, ressaltou que a decisão visa apoiar a demanda diante de um ambiente externo mais adverso, mas que o Conselho seguirá vigilante à trajetória da inflação. Analistas dizem que, apesar do alívio imediato para a atividade, a margem para cortes adicionais pode ser limitada se a inflação mostrar resistência.
Com a taxa agora em 2,25%, o Banco do Canadá encerra mais uma reunião de política monetária com um tom cauteloso: busca-se, ao mesmo tempo, dar suporte a uma economia em desaceleração e evitar que pressões inflacionárias voltem a se intensificar. Os próximos relatórios de inflação e dados sobre emprego serão acompanhados de perto por investidores e pelo próprio banco para avaliar se há espaço para mais afrouxamento.
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