Ibovespa sobe e dólar recua com dados de emprego no Brasil
Bolsa brasileira ganha fôlego com cenário de juros mais leves, enquanto os investidores acompanham impasse orçamentário nos Estados Unidos
O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira (30), enquanto o dólar comercial retrocedeu frente ao real. O movimento foi impulsionado por indicadores de emprego no Brasil e nos Estados Unidos, que reforçam expectativas de cortes de juros, e pelo acompanhamento da crise orçamentária em Washington, que pode resultar num “shutdown” do governo norte-americano.
No Brasil, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou a criação de 147,3 mil vagas formais em agosto, número abaixo do esperado pelo mercado e o pior para o mês desde 2020, segundo o Estadão E-Investidor. Embora positivo, o resultado indica uma desaceleração no ritmo de contratações, o que pode abrir espaço para um ciclo de redução gradual dos juros pelo Banco Central. O Boletim Focus trouxe ajustes ainda modestos: a projeção de inflação para 2025 caiu de 4,83% para 4,81% e a expectativa para o dólar foi revisada de R$ 5,50 para R$ 5,48, segundo o Metrópoles.
No exterior, os investidores acompanham de perto as negociações no Congresso americano. O orçamento federal precisa ser aprovado até o fim deste mês para evitar uma paralisação parcial do governo. O vice-presidente JD Vance afirmou que um desligamento “parece provável”, o que poderia interromper serviços e atrasar a divulgação de indicadores econômicos, como o relatório de emprego (Payroll), conforme a Bloomberg Línea. Apesar do risco político, parte dos investidores vê na turbulência espaço para maior flexibilidade do Federal Reserve na política monetária. Caso os dados mostrem o enfraquecimento do mercado de trabalho, aumenta a probabilidade de novos cortes de juros.
Na terça-feira, o Ibovespa subiu 0,61% , fechando aos 146.336 pontos e renovando máxima entrada próxima de 147.558 pontos, segundo o Poder360. O dólar comercial recuou 0,31% , cotado a R$ 5,322 na venda, refletindo maior apetite por risco dos investidores. De acordo com o Investing.com, uma combinação de dados de emprego mais fracos e expectativas de flexibilização monetária, tanto no Brasil quanto nos EUA, ajudou a sustentar a alta da bolsa e a queda do dólar.
Apesar do resultado positivo na bolsa, os investidores permanecem cautelosos. O risco de paralisação nos EUA pode aumentar a volatilidade, principalmente se houver atraso na divulgação de dados econômicos cruciais. No Brasil, a desaceleração no mercado de trabalho será acompanhada de perto, já que pode influenciar os passos próximos do Banco Central. Nos próximos dias, a expectativa é de que o comportamento da bolsa e do câmbio siga condicionado à evolução do impasse em Washington e à leitura dos dados de emprego nos EUA, com atenção especial para o Payroll.
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