Bolsas globais desabam após Fed esfriar expectativas de corte de juros em dezembro

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Bolsas globais desabam após Fed esfriar expectativas de corte de juros em dezembro

Declarações mais duras do Federal Reserve, falta de dados econômicos nos EUA e temor de bolha de IA ampliam a aversão ao risco nos mercados internacionais

Foto: GettyImages

As bolsas mundiais recuaram com força nesta sexta-feira (14), após declarações mais duras de autoridades do Federal Reserve reduzirem as chances de um corte na taxa de juros dos Estados Unidos em dezembro. O cenário se somou à falta de dados econômicos depois do fim da paralisação do governo americano e às preocupações com uma possível bolha no setor de inteligência artificial.

De Tóquio a Paris e Londres, os principais índices registraram quedas acentuadas. No Reino Unido, o clima também foi pressionado pelas discussões em torno do próximo orçamento. Os futuros de Wall Street apontavam para nova abertura negativa, após fortes perdas na véspera.

Membros do Fed têm demonstrado cautela com novas reduções de juros, citando inflação persistente e sinais de relativa estabilidade no mercado de trabalho, mesmo após dois cortes este ano. As apostas para um corte de 0,25 ponto percentual em dezembro caíram para 49%, ante pouco mais de 60% no início da semana.

A falta de dados, consequência da recente paralisação do governo dos EUA, e o forte avanço das empresas de tecnologia durante o boom da IA reforçaram o clima de tensão. Analistas afirmam que o Fed pode adiar decisões até ter mais clareza.

A Casa Branca disse que os dados de desemprego de outubro podem nem ser divulgados, o que aumenta a incerteza. Ainda assim, alguns indicadores alternativos sugerem desaceleração no mercado de trabalho, segundo gestores consultados.

Na Ásia, o índice MSCI para ações fora do Japão caiu quase 2%. O Nikkei recuou cerca de 1,8% e a bolsa da Coreia do Sul caiu 3,8%. Na Europa, o setor de tecnologia atingiu a pior marca em sete semanas. O bitcoin tocou mínimas de seis meses e o franco suíço, considerado porto seguro, atingiu o maior nível frente ao euro desde 2015.

As ações chinesas caíram após dados de outubro mostrarem desaceleração na produção industrial e nas vendas no varejo, frustrando expectativas e interrompendo uma recente recuperação.

Nos mercados de renda fixa, os títulos do Tesouro americano registraram demanda por segurança. Os rendimentos dos papéis de dois anos ficaram em 3,58%, e os de 10 anos subiram levemente para 4,12%.

O dólar mostrava tendência de queda na semana. O índice DXY recuou para 99,19. O iene ganhou fôlego e era negociado a 154,48 por dólar. O dólar também caiu frente ao franco suíço, enquanto o euro ficou estável em torno de US$ 1,16.

No Reino Unido, a libra foi pressionada por especulações sobre o orçamento. Autoridades informaram que não há planos de elevar impostos sobre renda, após rumores que movimentaram os mercados. Os rendimentos dos títulos do governo britânico saltaram, com o juro dos papéis de 10 anos chegando a 4,53%.

No mercado de commodities, o petróleo avançou após o porto russo de Novorossiysk suspender exportações devido a um ataque de drone ucraniano. O Brent subiu 1,5%, para US$ 64, e o WTI ganhou 1,6%, para US$ 60. Já o ouro caiu 1,3%, mas segue perto de sua máxima histórica de US$ 4.381. 

Com informações de Reuters

 

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Sexta, 14 Novembro 2025

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