Trump endurece discurso na ONU, cita sanções ao Brasil e ameaça tarifas
Presidente dos EUA usou seu discurso na ONU para exaltar seu país, criticar a "falácia da energia verde", prometer endurecer ações contra Maduro e confirmar sanções ao Brasil, em um recado que eleva tensões diplomáticas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou mais de 40 minutos na tribuna da Assembleia Geral da ONU para reforçar sua agenda econômica e geopolítica, em um discurso que mexeu com mercados e elevou tensões diplomáticas.
Trump abriu sua fala exaltando os primeiros meses de seu segundo mandato, dizendo que os EUA vivem sua "idade dourada" e que está revertendo "a calamidade econômica herdada da administração anterior", em referência a Joe Biden. O tom nacionalista foi seguido de críticas às Nações Unidas, que ele acusou de ineficiência, ironizando que precisou "finalizar sete guerras" sem apoio da organização.
Ao abordar a América Latina, o presidente prometeu "acabar com a existência" das redes de narcotráfico na Venezuela, que chamou de "lideradas por Nicolás Maduro", aumentando o tom contra o governo de Caracas. Em seguida, criticou de forma contundente a transição energética, classificando-a como uma "falácia da energia verde" e afirmando que as previsões climáticas da ONU "estavam erradas" e que insistir nesse caminho levará países ao fracasso.
O ponto mais sensível para o Brasil veio quando Trump confirmou as sanções impostas recentemente, afirmando que o país está "enfrentando grandes respostas" por interferir nos direitos e liberdades de cidadãos americanos. Ele justificou as tarifas adicionais sobre produtos brasileiros como uma forma de "corrigir distorções tarifárias" e sinalizou que novas medidas podem vir. Apesar do tom duro, Trump disse ter se encontrado brevemente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e elogiou o brasileiro: "Ele me parece um homem muito bom. Ele gostou de mim, eu gostei dele."
As declarações ocorreram após Lula abrir a sessão da ONU com críticas diretas às sanções e à ingerência estrangeira, afirmando que "a soberania brasileira é inegociável" e que medidas unilaterais contra o país são "inaceitáveis". O confronto verbal aumenta a tensão comercial entre os dois países, em um momento em que setores como o agronegócio e a indústria brasileira já sentem os efeitos das barreiras impostas.
O discurso de Trump foi acompanhado de perto pelos mercados. As falas sobre tarifas e sanções adicionaram volatilidade ao câmbio e aos preços futuros de commodities brasileiras, enquanto suas críticas à energia verde deram impulso às ações de petróleo e gás.
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