Fed corta juros pela 1ª vez no governo Trump e confirma início de novo ciclo monetário
Decisão reduz taxa para 4%–4,25% ao ano e pode trazer impacto positivo para bolsas, câmbio e inflação no Brasil
O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira (17/9) o primeiro corte de juros sob o governo Donald Trump, reduzindo a taxa básica em 0,25 ponto percentual. Com a decisão, a taxa agora fica no intervalo entre 4% e 4,25% ao ano.
O movimento encerra uma sequência de cinco reuniões com juros estáveis e confirma a expectativa de analistas que já projetavam o início de um ciclo de cortes. A decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) foi acompanhada por comunicado destacando que o Fed seguirá avaliando cuidadosamente os próximos passos de política monetária, levando em conta inflação, emprego e riscos globais.
"O comitê continuará atento aos riscos para o emprego e a inflação, ajustando a política monetária conforme necessário para manter a estabilidade econômica", prossegue o Fed no comunicado.
Pressão política e cenário econômico
Desde o início de seu segundo mandato, Trump vinha pressionando publicamente o presidente do Fed, Jerome Powell, para que os juros fossem reduzidos mais rapidamente, alegando que as taxas altas estavam prejudicando famílias e empresas. Apesar das críticas, Powell manteve uma postura cautelosa, alegando que era necessário observar os indicadores antes de fazer mudanças.
O cenário recente, no entanto, abriu espaço para a flexibilização. A inflação anual dos EUA ficou em 2,9% em agosto, acima dos 2,7% de julho, mas abaixo de 3% desde meados de 2024. Para o Fed, a política monetária se mantém em "território restritivo", e o corte busca equilibrar crescimento econômico e controle de preços.
Efeitos esperados para o BrasilEspecialistas avaliam que a decisão pode atrair fluxo de capitais para países emergentes, favorecendo o mercado de ações e a valorização do real frente ao dólar. O movimento também pode aliviar pressões de preços sobre produtos importados, ajudando no controle da inflação doméstica. Para investidores, o ambiente cria oportunidades em títulos de renda fixa de longo prazo.
Próximos passosA expectativa agora é sobre o ritmo dos cortes daqui para frente. Trump, que já chegou a chamar Powell de "incompetente", cogita indicar novos nomes para a presidência do Fed quando o mandato atual se encerrar, em 2026. Entre os favoritos citados pelo presidente estão Kevin Warsh, Christopher Waller e Kevin Hassett.
Com o novo ciclo de política monetária iniciado, o mercado seguirá atento a cada dado econômico e discurso de Powell, buscando pistas sobre a intensidade dos próximos cortes.
Com informações de Metrópoles
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