Entenda o que a alta de 1,98% no IGP-10 de fevereiro significa
A inflação medida pela FGV segue acelerada e já acumula 16,69% em 12 meses.
A inflação do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), medida pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), ficou em 1,98% em fevereiro, ante 1,79% em janeiro. Com isso, o índice acumula 3,80% em 2022 e 16,69% de alta em 12 meses.
O índice vem de um período de altas ainda maiores: em fevereiro de 2021, registrou aumento de 2,97%, quando acumulava 28,17% de alta em 12 meses.
Composição do IGP-10
Para criar um panorama completo da situação inflacionária no país, o FGV Ibre reúne três indicadores com pesos diferentes para compor o índice IGP-10. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) tem peso de 60%; o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) tem peso de 30% e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) tem peso de 10%.
Altas no IGP-10 por grupo
IPA
O IPA, que tem o maior peso no índice geral, subiu 2,51% em fevereiro. Em janeiro, foi 2,27%. Segundo André Braz, coordenador dos Índices de Preços, em entrevista ao Valor Econômico, os grandes destaques para a aceleração da taxa do IGP são importantes commodities e combustíveis. "As principais são: minério de ferro (8,06%), soja (7,32%), milho (9,22%) e óleo Diesel (7,71%)". Braz afirmou que as quatro commodities respondem a 65% do resultado do IPA.
Os preços dos Bens Finais subiram de 0,75% em janeiro para 0,89% em fevereiro. As causas principais do aumento foram os combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de recuo de 2,14% para avanço de 2,49%, alcançando uma variação de quase 5%.
Já os Bens Intermediários passaram de 0,55% em janeiro para 1,89% em fevereiro, movidos pela alta no subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, que passou da queda de 1,31% para um avanço de 6,51%, em um avanço de quase 8%.
No grupo das Matérias-Primas Brutas, o avanço foi menor, de 4,50% em fevereiro ante 5,43% em janeiro. As principais contribuições para o recuo foram minério de ferro (que caiu de 24,56% para 8,06%); bovinos (de 2,73% para 1,62%) e cana-de-açúcar (de 1,53% para 0,83%). Puxando o índice para cima, contribuíram a soja em grão (de 2,92% para 7,32%), milho em grão (de 2,86% para 9,22%) e algodão em caroço (de -1,51% para 10,13%).
IPC
O Índice de Preços ao Consumidor teve a menor variação na composição do índice: subiu 0,39% em fevereiro. Em janeiro, teve taxa de 0,40%. Três das oito classes de despesa do indicador caíram: Habitação (de 0,74% para 0,11%), Vestuário (de 1,31% para 0,51%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,15% para 0,05%).
Puxaram o índice para baixo Tarifa de eletricidade residencial (de 1,63% para -1,44%), roupas (1,51% para 0,50%) e plano e seguro de saúde (de -0,07% para -0,48%).
Tiveram alta os grupos Transportes (de -0,26% para 0,18%), Alimentação (de 0,88% para 1,09%), Comunicação (de 0,00% para 0,59%), Educação, Leitura e Recreação (de 0,38% para 0,50%) e Despesas Diversas (de 0,10% para 0,20%).
Nessas classes de despesa, as maiores influências foram licenciamento - IPVA (0,00% para 3,71%), hortaliças e legumes (-1,63% para 8,19%), tarifa de telefone residencial (0,00% para 2,77%), cursos formais (2,29% para 4,08%) e conselho e associação de classe (0,46% para 2,06%).
INCC
O Índice Nacional de Custo da Construção variou 0,61% em fevereiro, ante 0,50% em janeiro. Materiais e Equipamentos caíram (de 0,91% para 0,75%), Serviços subiram (de 0,97% para 1,66%) e Mão de Obra também (de 0,05% para 0,28%).
Para compor o IGP-10 foram comparados os preços coletados entre 11 de janeiro e 10 de fevereiro com os coletados entre 11 de dezembro e 10 de janeiro.
E você, tem sentido no bolso a alta da inflação? Conte para a gente nos comentários!
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