Bancos europeus unem forças para lançar stablecoin do euro e desafiar hegemonia dos EUA

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Bancos europeus unem forças para lançar stablecoin do euro e desafiar hegemonia dos EUA

Nova empresa sediada na Holanda deve apresentar o token no segundo semestre de 2026, buscando fortalecer a autonomia europeia em pagamentos digitais 

Imagem gerada por IA

Um grupo formado por nove grandes bancos da Europa, incluindo ING e UniCredit, anunciou nesta quinta-feira (25), a criação de uma nova empresa para lançar uma stablecoin lastreada em euros. A iniciativa tem como objetivo reduzir a dependência do mercado financeiro digital dos Estados Unidos e oferecer uma alternativa competitiva.

A nova companhia terá sede em Amsterdã e pretende disponibilizar a moeda digital no segundo semestre do próximo ano. O consórcio declarou que o token permitirá pagamentos e liquidações de forma mais rápida e com custos reduzidos.

A medida surge no momento em que bancos e empresas dos EUA se preparam para emitir suas próprias stablecoins respaldadas pelo dólar, especialmente após a aprovação de uma lei assinada pelo presidente Donald Trump para regulamentar esse tipo de ativo, algo que pode reforçar ainda mais o domínio americano no setor.

As stablecoins, projetadas para manter paridade com moedas tradicionais, têm crescido rapidamente nos últimos anos, especialmente entre traders de criptomoedas que as utilizam para movimentar recursos entre ativos voláteis. Elas também vêm sendo empregadas em pagamentos digitais e transferências internacionais.

Segundo dados recentes do Banco da Itália, as stablecoins lastreadas em dólares representam a maior parte do mercado global, que soma cerca de US$ 300 bilhões. Já as emitidas em euros chegam a apenas US$ 620 milhões.

Em comunicado, os bancos destacaram que o projeto "fornecerá uma alternativa europeia real ao mercado dominado pelos EUA, contribuindo para a autonomia estratégica da Europa em pagamentos".

O Banco Central Europeu (BCE), porém, mantém postura cautelosa em relação às stablecoins. Em junho, a presidente Christine Lagarde alertou legisladores de que emissões privadas poderiam trazer riscos para a política monetária e para a estabilidade financeira da região, defendendo o avanço de um euro digital oficial.

Parte dos bancos comerciais, por outro lado, tem receio de que uma moeda digital emitida pelo BCE esvazie seus depósitos, já que clientes poderiam migrar fundos para carteiras digitais garantidas pelo banco central.

Além de ING e UniCredit, participam do projeto Banca Sella, KBC, DekaBank, Danske Bank, SEB, Caixabank  e Raiffeisen Bank International. O consórcio indicou que outras instituições poderão se juntar à iniciativa e que um CEO será anunciado em breve.

Um relatório do Deutsche Bank ressaltou que países emergentes têm recorrido a stablecoins atreladas ao dólar para substituir depósitos e dinheiro locais, o que cria um "dilema monetário global": adotar essas moedas ou arriscar ficar para trás.

O Société Générale já havia lançado uma stablecoin em euros em 2023, mas ela permanece com baixa adesão, somando apenas 56,2 milhões de euros em circulação. No início deste ano, o banco francês também apresentou uma stablecoin em dólares, com emissão de US$ 32,25 milhões.

Com informações de Reuters

 

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Segunda, 06 Outubro 2025

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