Copom anuncia nova alta na Selic; saiba detalhes
O aumento seguiu a expectativa do mercado, de 1 ponto percentual.
Encerrando a superquarta, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta noite (16) a alta na taxa básica de juros em 1,00 ponto percentual (p.p), elevando a Selic para 11,75% ao ano. É a oitava alta consecutiva da taxa, dessa vez mais branda do que as últimas, que foram de 1,5%.
A decisão não surpreendeu o mercado: em um levantamento realizado pelo jornal Valor Econômico, 82 das 93 instituições financeiras e consultorias consultadas esperavam a Selic a 11,75%.
Rumos da economia
Para a próxima reunião, o Copom prevê outra alta de 1%, mas que os juros "poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas", segundo o comunicado do comitê ao mercado. Logo, a taxa vai depender da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária.
O Copom se reunirá novamente nos dias 3 e 4 de maio e, se aumentar novamente a taxa de juros em 1 p.p, alcançará o patamar de 12,75%. O Boletim Focus da última segunda-feira (14), no entanto, previu a taxa Selic encerrando o ano de 2022 em 12,75% - o que deixaria o Copom sem margem para outra alta sem furar a expectativa atual do mercado.
Conflito na Ucrânia influencia a economia brasileira
Para o Copom, o cenário externo levou a um aperto significativo das condições financeiras e ao aumento da incerteza em torno do cenário econômico mundial. Segundo o comitê, o choque de oferta decorrente do conflito tem o potencial de exacerbar as pressões inflacionárias que já vinham se acumulando, tanto em economias emergentes quanto nas já avançadas.
"O Copom avalia que o momento exige serenidade para avaliação da extensão e duração dos atuais choques", disse o conselho, que afirmou que, caso esses choques de oferta se provem mais persistentes ou maiores que o antecipado, poderá ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário.
O centro da meta de inflação para 2022, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,5%, podendo variar 1,5% para cima ou para baixo. Até o momento, no entanto, o Brasil já acumula alta de 1,56% no IPCA.
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