Brasil pode passar a segundo maior exportador de milho

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Brasil pode passar a segundo maior exportador de milho

Guerra no Leste Europeu favoreceu as exportações brasileiras do cereal. 

Foto: Ulrike Leone/Pixabay.

Segundo analistas, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia fez com que o milho e o trigo disparassem nas cotações internacionais, favorecendo as exportações desses cereais pelo Brasil. Para eles, existe o potencial de apertar a oferta dessas commodities no país.

Os negócios entre produtores e processadores no Brasil têm andado lentos, mas em contrapartida, com a ajuda do câmbio forte (facilitador de transações) desde o começo da guerra no Leste Europeu, exportadores e importadores vêm fechando acordos a fim de garantir ofertas.

Milho

Segundo a Reuters, se a segunda safra de milho for confirmada boa, o Brasil pode voltar a ser o segundo maior exportador desse cereal na temporada 2021/22, ultrapassando a Argentina.

Como a Ucrânia é o quarto exportador mundial de milho, existem receios acerca dos embarques no país, devido aos conflitos na região - em especial nas cidades portuárias, onde as ofensivas têm sido intensas.

"Foram negociadas cerca de 500 mil toneladas de milho para exportação no Paraná, a preços mais elevados que o mercado interno pode pagar", disse Luiz Pacheco, analista da consultoria T&F, para a Reuters.

O analista afirmou que o mercado já estava apertado após a quebra da primeira safra de milho e que "agora deve piorar".

Já João Pedro Lopes, analista da Stone X, disse para a Reuters que a indústria local está relutante em aceitar pagar as valorizações refletidas no mercado internacional, considerando que o milho já está em patamares perto de máximas históricas do país.

No entanto, as expectativas sobre as exportações de cereais no Brasil são favoráveis, conforme afirmou Lopes: "A expectativa de aumento de exportação de milho é com a colheita da safrinha, na última safra veio um volume bem abaixo da média. E este ano a expectativa é que o Brasil tenha força para retomar esse papel mais relevante entre os exportadores".

A previsão da StoneX para as exportações brasileiras em 2021/22 é de 40 milhões de toneladas, quase o dobro do ano passado.

Trigo

Segundo Pacheco, o mercado interno parou à espera de alguma acomodação dos preços, mas ele considera o movimento difícil enquanto a guerra durar. "Só no Rio Grande do Sul foram negociadas mais 100 mil toneladas de trigo (na semana passada), comprometendo seriamente a disponibilidade interna e as margens dos moinhos".

A previsão da T&F para a exportação de trigo em 2021/22 é de 2,7 milhões de toneladas. A consultoria acabou elevando sua estimativa, que antes era de 2,5 milhões de toneladas.

Segundo dados do governo e do setor privado, a maior parte desse desse volume já foi despachado, tendo em vista que em dezembro e em fevereiro o total dos embarques foi de aproximadamente 2 milhões de toneladas de cereal, o dobro do volume de 2021.

O Brasil ainda teve um recorde na colheita no ano passado junto a um câmbio favorável, e fechou negócios para exportar volumes nunca vistos no final de 2021. E o Brasil é um dos maiores importadores de trigo do mundo.

De acordo com o analista da StoneX, o preço do trigo brasileiro estava bem competitivo. "Com o dólar em alta e o mercado doméstico capenga, acabou tendo essa maior procura para exportação", afirmou Lopes.

Já Pacheco afirmou para a Reuters que só haverá trigo para negociação no país até no máximo começo de abril - e que o Brasil terá de contar basicamente com importações para o resto do ano, até a chegada da nova safra, por volta de setembro.

E você, acha que o Brasil pode voltar a ser o segundo maior exportador de milho? Se preocupa com as consequências do movimento no mercado interno? Conte para nós nos comentários!

 

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Quinta, 21 Novembro 2024

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