O mercado mundial vem enfrentando uma escassez de chips na cadeia de suprimentos e muitas empresas estão sentindo os impactos do problema em suas receitas. Mesmo diante desse cenário, a Apple informou, na quinta-feira (27), que obteve resultados recordes - na maior parte devido aos celulares da marca.

Há três meses, a Apple havia informado que a falta de chips no mercado iria prejudicar sua receita no quarto trimestre de 2021, mas parece que as coisas mudaram para a empresa. O analista-chefe da TECHnalysis Research, empresa focada em pesquisa de mercado e consultoria, Bob O'Donnel, afirmou para o site Investing que a maioria dos problemas de restrição de oferta "acabou para a Apple, mas não necessariamente para todos os outros fabricantes".

Segundo a reportagem, as empresas de semicondutores priorizam grandes empresas, como a Apple, por terem um maior poder de compra e demanda por seus produtos, além de conseguirem fazer pedidos personalizados com componentes utilizados em seus produtos.

"A Apple também foi uma das empresas que teve problemas com chips de tecnologia antiga, mesmo que a empresa tenha um serviço melhor com chips mais modernos", disse Lou Miscioscia, analista da Daiwa Capital Markets, banco de investimentos japonês.

De acordo com falas do presidente executivo da Apple, Tim Cook, os iPads - que contam com uma tecnologia mais antiga, além de possuir suprimentos dos processadores mais escassos -, sofreram uma queda de 14% nas vendas.

Cook ainda afirmou que as restrições nos chips mais antigos marcaram o último semestre de 2021. "No geral, vemos uma melhora nas restrições de oferta no trimestre que termina em março em relação ao trimestre de dezembro".

Analistas e empresários esperavam que em 2022 os problemas que envolvem a escassez desses produtos fossem amenizados, mas segundo Romeo Alvarez, analista de tecnologia da William O'Neil, em entrevista para o site Investing, a escassez continuará sendo uma preocupação para a indústria, "mas a Apple pode ser a exceção à regra".

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