IA impulsiona libra e coroa sueca nos mercados globais
Investimentos bilionários em Inteligência Artificial no Reino Unido e na Suécia fortalecem suas moedas, refletindo o avanço tecnológico europeu e a nova onda de capital estrangeiro
O avanço da inteligência artificial começa a impactar os mercados cambiais da Europa, beneficiando especialmente a libra esterlina e a coroa sueca. Analistas apontam que o aumento dos investimentos em tecnologia está fortalecendo as moedas do Reino Unido e da Suécia.
Neste ano, as negociações de câmbio, que movimentam cerca de US$ 10 trilhões por dia, foram impulsionadas pela fraqueza do dólar americano diante das preocupações com tarifas e expectativas de cortes de juros. Dentro desse cenário, o impacto da IA, que levou bolsas a níveis recordes, começa a se refletir também nas moedas.
Segundo o JPMorgan, a resiliência da libra e da coroa nos últimos meses está parcialmente ligada à tecnologia. Reino Unido e Suécia receberam pouco mais de US$ 4 bilhões cada em investimentos privados em IA em 2024, ocupando o terceiro e quarto lugar global, atrás apenas dos EUA e da China, segundo a Universidade de Stanford.
A coroa sueca é a moeda europeia com melhor desempenho contra o dólar neste ano, com alta de quase 15%, enquanto a libra valorizou 7%. Analistas do Rabobank destacam que os grandes investimentos em IA criaram demanda por moedas locais, impulsionando sua força.
A libra, porém, ainda enfrenta pressões fiscais e recuou frente ao euro e ao franco suíço. Já a coroa avança também contra o euro e outras moedas escandinavas, sustentada por investimentos em empresas suecas de tecnologia e IA.
Recentemente, o SoftBank anunciou a compra do negócio de robótica da ABB por US$ 5,4 bilhões. O Reino Unido e os EUA firmaram um pacto tecnológico com promessas de £31 bilhões (US$ 42 bilhões) em investimentos britânicos. Além disso, Nvidia, Microsoft, Meta, Alphabet e Brookfield planejam novos data centers na Suécia, atraídos pela infraestrutura energética local.
Embora ainda seja cedo para medir o impacto da IA no crescimento econômico ou no desemprego, o cenário favorece libra e coroa. Relatórios do SEB e da Societe Generale apontam que os investidores voltaram a apostar nas moedas europeias, enquanto a posição otimista sobre o dólar vem diminuindo.
Para Kenneth Broux, da Societe Generale, o avanço da IA pode melhorar a produtividade do Reino Unido, tradicional ponto fraco da economia britânica. O Deutsche Bank projeta a libra a US$ 1,45 nos próximos dois anos, enquanto o HSBC considera o país um destino cada vez mais atrativo para investimentos em IA.
"É por isso que vimos o CEO da Nvidia, Jensen Huang, ao lado do primeiro-ministro Keir Starmer, o mundo está de olho no potencial tecnológico britânico", concluiu Broux.
Com informações de Reuters
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