O dólar abriu nesta segunda-feira (25) em pequena valorização frente ao real, após ter registrado queda expressiva na última sessão. A moeda norte-americana refletiu tanto o ajuste técnico quanto a atenção do mercado às falas recentes do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e do impasse comercial envolvendo Brasil e Estados Unidos.

Às 9h54, o dólar à vista subia 0,09%, sendo negociado a R$ 5,4265 na venda. Na sexta-feira (22), a divisa havia recuado 0,99%, fechando a R$ 5,4227, após declarações de Powell durante o simpósio de Jackson Hole, evento tradicional do banco central dos EUA.

No discurso, Powell admitiu que os riscos para o mercado de trabalho americano aumentaram e sinalizou que a política monetária pode ser ajustada devido ao nível restritivo atual. Contudo, ele evitou indicar dados ou ritmo para futuros cortes de juros, ressaltando que os dados econômicos a serem divulgados nas próximas semanas serão decisivos para a reunião do Fed marcada para 16 e 17 de setembro.

Com o aumento das apostas em redução da taxa básica americana, os ativos do país perderam a atratividade, contribuindo para a queda do dólar no pregão anterior e abrindo espaço para uma nível de correção nesta segunda-feira. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes, avançou 0,08%, para 97,926 pontos.

Nesta semana, os investidores acompanham indicadores importantes no Brasil e no exterior. No cenário doméstico, destaque para a prévia da inflação oficial, o IPCA-15 de agosto, que será divulgado na terça-feira (26), e para o relatório de emprego do Caged, na quinta-feira (28).

No mercado internacional, o foco estará na segunda estimativa do PIB dos EUA do segundo trimestre, na quinta-feira, e no índice PCE de julho, principal métrica de inflação acompanhada pelo Fed, prevista para sexta-feira.

Segundo Diego Costa, head de câmbio da B&T XP para as regiões Norte e Nordeste, "o discurso de Powell manteve as portas abertas para cortes de juros, mas os próximos dados devem oferecer sinais mais claros sobre o caminho do Fed".

No campo político e comercial, investidores monitoraram as negociações de Luiz Inácio Lula da Silva para tentar reverter a tarifa de 50% aplicada por Washington sobre determinados produtos brasileiros.

O clima ficou mais sensível após a decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, que na prática cegou o ministro Alexandre de Moraes das avaliações impostas pelos EUA. Os analistas avaliam que o episódio pode ter agravado as relações bilaterais e aumentar a incerteza sobre uma solução para o impasse.

Com informações da CNN