Ouro dispara e atinge maior valor em duas semanas com expectativa de corte de juros nos EUA
Metal precioso sobe mais de 1% e alcança US$ 4.172/oz, impulsionado por dados econômicos e apostas de flexibilização monetária do Fed
Os preços do ouro avançaram mais de 1% nesta quarta-feira (26), alcançando o maior nível em quase duas semanas. O movimento ocorreu após dados econômicos dos Estados Unidos reforçarem as expectativas de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve no próximo mês, favorecendo o metal precioso, que não gera rendimento.
O ouro à vista registrou alta de 1%, sendo negociado a US$ 4.172,18 por onça às 9h08 (horário de Brasília), o maior valor desde 14 de novembro. Já os contratos futuros de ouro nos EUA para entrega em dezembro subiram 0,7%, para US$ 4.168,70 por onça.
"Os participantes do mercado estão começando a precificar novamente um corte na taxa de juros dos EUA em dezembro", afirmou Giovanni Staunovo, analista do UBS.
O ouro, por não oferecer rendimento, tende a se valorizar em cenários de juros mais baixos. "Mantemos a previsão de maior potencial de valorização no curto prazo, com estimativa de US$ 4.200/oz até o fim do ano e US$ 4.500/oz até meados de 2026", acrescentou Staunovo.
Dados divulgados na terça-feira mostraram que as vendas no varejo dos EUA em setembro cresceram abaixo das expectativas, enquanto os preços ao produtor ficaram em linha com as projeções. A confiança do consumidor também recuou em novembro, refletindo maior preocupação das famílias com empregos e perspectivas financeiras.
Esses números vieram após declarações mais moderadas de membros do Fed. Segundo a ferramenta CME FedWatch, os investidores agora atribuem 83% de probabilidade a um corte de juros em dezembro, contra apenas 30% na semana anterior.
O metal recebeu impulso adicional após reportagem indicar Kevin Hassett, conselheiro econômico da Casa Branca, como favorito para assumir a presidência do Fed, reforçando expectativas de uma política monetária mais flexível, alinhada às posições do presidente Donald Trump.
Os investidores aguardam ainda o relatório semanal de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, previsto para esta quarta-feira, considerado um indicador-chave da saúde do mercado de trabalho e das futuras decisões do Fed.
Enquanto isso, o Deutsche Bank revisou sua projeção para o preço do ouro em 2026, elevando de US$ 4.000 para US$ 4.450 por onça, citando estabilização dos fluxos de investidores e demanda contínua dos bancos centrais.
Com informações de Reuters
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