Inflação, juros e consumo: o que guia os mercados diante das decisões do Fed
Expectativas de corte de juros e dados do consumidor movimentam Wall Street e o cenário global
Os mercados iniciaram esta terça-feira (25) em clima de cautela, com atenção voltada para a possibilidade de novo corte de juros pelo Federal Reserve em dezembro. Após sinalização do presidente do Fed de Nova York, John Williams, a probabilidade de redução saltou para 70%, contra apenas 25% na semana anterior. O movimento derrubou os rendimentos dos Treasuries e impulsionou Wall Street em mais de 1% na segunda-feira (24).
Ainda hoje, serão divulgados dados de vendas no varejo e preços ao produtor de setembro às 10h30 (BRT), preços de imóveis às 11h00 (BRT) e confiança do consumidor às 12h00 (BRT). A Best Buy apresenta resultados em meio à expectativa para a Black Friday, que deve atrair número recorde de consumidores, mas com gastos menores diante da redução de ofertas.
No setor de tecnologia, Softbank caiu 10% em Tóquio nesta terça (25), enquanto Alphabet subiu 3% no pré-mercado após notícia de negociações com a Meta para fornecimento de chips de IA. A Nvidia recuou 3%, e a Amazon anunciou investimentos de US$ 15 bilhões em data centers em Indiana e até US$ 50 bilhões em expansão de IA e supercomputação.
No cenário internacional, Donald Trump afirmou na segunda-feira (24) que os laços com a China são "extremamente fortes" após conversa com Xi Jinping, o que impulsionou as bolsas chinesas em 1% e levou o yuan offshore ao nível mais forte em mais de um ano. O iene também se valorizou, enquanto os títulos japoneses aguardam leilão de 40 anos nesta quarta-feira (26). O índice do dólar manteve-se estável, com leve queda.
Na Europa, a ministra das Finanças do Reino Unido, Rachel Reeves, deve apresentar na quarta-feira (26) seu segundo orçamento anual, com expectativa de novos aumentos de impostos que desafiam a confiança do Partido Trabalhista e os mercados de títulos. Já o investidor Michael Burry lançou uma newsletter paga criticando a Nvidia e o boom da inteligência artificial.
As expectativas de inflação dos consumidores americanos em 1 e 5 anos seguem elevadas, embora tenham recuado levemente. Já a taxa implícita de 10 anos nos títulos protegidos contra inflação caiu para 2,2%, menor nível desde abril.
Com informações de Reuters
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