Você conhece o “metacommerce”? Ele pode mudar o comércio eletrônico
A expectativa de grandes empresas é que o novo modelo atraia as novas gerações.
O comércio eletrônico como conhecemos pode estar com os dias contados. Isso porque, segundo consultores especializados, está claro que o formato atual de vendas online está ficando ultrapassado para as gerações Z e Alpha - que têm menos de 25 anos e são considerados "app first", ou seja, preferem aplicativos. O metacomércio - metacommerce, em inglês - mira nesse grupo, mas não somente neles.
A metacommerce é uma plataforma proveniente do metaverso, espaço virtual coletivo e hiperrealista que está em construção por grandes empresas de tecnologia. Agora, grandes empresas e conglomerados de consumo e tecnologia estão criando estratégias para ganhar dinheiro nela.
Segundo reportagem do Valor Econômico, 2,8 bilhões de gamers consumiram US$ 200 bilhões de dólares em jogos no ano de 2021. Entre os interessados nesse novo mercado online estão a Epic Games, do jogo Fornite, a Microsoft, do Minecraft, o Roblox e a rede social Imvu.
No metaverso, é possível conversar, jogar, assistir shows e fazer compras virtuais com moeda digital e real. O novo formato deve permitir a usuários de plataformas de jogos assistir shows e adquirir produtos reais - como um sanduíche que chegue em casa.
O potencial do metaverso
O Morgan Stanley afirmou em relatório recente que, se o metacomércio achar um formato rentável, essas vendas digitais podem aumentar as receitas das marcas de luxo em 10% até 2030 - o que significa alcançar 50 bilhões de euros. A reportagem afirma que seria possível aumentar os lucros em até 25% se incluísse NFTs, certificados digitais que confirmam a posse de um bem virtual.
Em 2021, US$ 2 bilhões de dólares foram gastos em headsets adaptados à nova tecnologia. Segundo a empresa de pesquisa Omdia Research, em 2026 devem ser US$ 16 bilhões de dólares. Segundo o relatório do Morgan Stanley, 53% dos headsets serão usados em games, que devem ser a porta de entrada do metacomércio.
Segundo Dedrick Boyd, consultor de tecnologia e consumo, o modelo de venda online no mundo hoje é pouco interativo e "sem graça": "Os clientes clicam em páginas intermináveis de descrição de produtos sem nunca se conectar emocionalmente com eles", afirmou em um artigo. "Até 2035, estima-se que 80% da atividade de compra será online, e não será no modelo atual, pouco imersivo", encerrou.
Várias redes sociais e games, como Alibaba e Tencent, vêm registrando seus nomes para os próprios "metaversos".
A reportagem lembrou que, no Brasil, por enquanto, as experiências se resumem basicamente a assistentes virtuais e ações de venda online ao vivo - como as lives do marketplace Americanas. Mas com o 5G, tudo pode mudar rapidamente, se o modelo funcionar para as empresas.
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