Inflação do Brasil deve ter pico em abril, diz presidente do BC
Segundo Campos Neto, a inflação é global e grave.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a inflação no país deve chegar ao pico no próximo mês, com um número maior do que o esperado inicialmente pela autoridade monetária. A revelação foi feita na quarta-feira (23).
"Falando em inflação brasileira, vamos chegar ao pico em abril e voltar a cair", disse Campos Neto, em fala durante um evento promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
"A gente estima que o número (de inflação) de curto prazo seja um pouco mais alto do que a gente tinha imaginado anteriormente, do próximo mês" disse o presidente do BC.
Para ele, a inflação contaminou os núcleos, mas o Brasil tem sido mais atuante no combate à alta de preços - elevando a Selic rapidamente. Campos Neto ainda observou que o mercado mundial acredita que a inflação é temporária, mas que o problema é grave, como "alguns países começaram a reconhecer".
Guerra no Leste Europeu e oportunidades
Segundo o presidente do BC, o conflito no Leste Europeu alterou a dinâmica das cadeias globais de valor, o que pode afetar positivamente o Brasil. "Tem uma notícia que pode ser potencialmente muito boa quando vemos os efeitos dos choques da guerra para o Brasil" disse Campos.
"A parte de minerais é positivo para o Brasil, porque é exportador. A parte de alimentos também, se o Brasil tiver fertilizante é positivo porque o país é exportador", explicou o presidente da autoridade monetária.
Campos Neto ainda disse que esse pode ser o momento do país para se inserir nesse contexto: "O Brasil não se inseriu nas cadeias globais de valor, agora temos oportunidade de estarmos presentes. Essa é uma grande oportunidade para o Brasil em termos do que está acontecendo no mundo".
Crise energética mundial
O presidente do BC também comentou sobre a crise de energia no mundo e seus impactos na transição verde: "No curto prazo, (a crise) significa um passo atrás em termos de energia limpa e transição verde porque tem um problema energético que aflige as pessoas, mas em longo prazo pode haver uma melhora porque existe um incentivo às energias alternativas".
Campos Neto ainda enfatizou a alta dos preços e a falta de investimentos no setor energético que, para ele, ainda persiste - com o aumento da demanda da inflação "verde" (que ocorre devido à transição para uma economia sustentável).
Para o presidente do Banco Central, a crise energética global começou na pandemia e se intensificou com a guerra na Europa, mas foi exacerbada agora.
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