Há risco de escassez de diesel no Brasil em junho?
Segundo o presidente do Sindicombustíveis há sinais de desabastecimento próximo.
O diesel alcançou o valor nominal mais alto da série histórica da Agência Nacional de Petróleo (ANP), iniciada em 2004. Representantes do setor e especialistas agora falam sobre uma possível escassez nos meses de junho e julho.
Considerando que o preço do combustível chegou a R$ 6,943 reais entre os dias 15 e 21 de maio e, no último dia 10, o óleo diesel teve um aumento de 8,87%, a mudança de gestão se tornou necessária para as autoridades que visam controlar os preços.
Segundo os representantes do setor ouvidos pelo site Metrópoles, se não houver sinais de que o preço de mercado será mantido, é muito provável que ocorra um desabastecimento.
Caso ocorra uma crise de desabastecimento, o momento provável é o de maior exportação de grãos, entre junho e julho, o que prejudicaria ainda mais a economia do país.
Motivos para uma possível escassez
César Bergo, coordenador da Pós-Graduação em Mercado Financeiro e Capitais da Faculdade Mackenzie Brasília (FPMB) e presidente do Conselho Regional de Economia da 11ª Região, explicou ao site que o aumento no consumo durante a pandemia acarretou uma demanda maior de combustível, levando à alta do preço da commodity em nível internacional, principalmente após o início da guerra no Leste Europeu. Esses motivos podem levar a uma escassez.
"A questão da Petrobras atuar na extração, no refino e na distribuição de combustível no país faz com que ela adote uma política de paridade de preços. Então, o preço internacional sobe e esse preço vai para o mercado interno", afirmou Bergo.
E acrescentou: "A Petrobras está sofrendo uma pressão muito grande para não fazer esses reajustes. Mas, não fazendo, ela não vai conseguir pagar aos importadores o preço exato ou o preço justo do combustível importado".
Crise à vista?
José Carlos Hernandes, presidente do Sindicato de Combustíveis de Santos (Sindicombustíveis), disse que já havia sinais de uma possível crise desde abril, quando a quantidade de diesel entregue aos postos foi menor do que o esperado.
"Por exemplo, o posto pedia 10 mil litros de óleo diesel e recebia cinco. Ou um posto pedia 30 mil litros de óleo diesel, posto de rodovia que vende muito, e recebia 10, 15. Alguns postos, inclusive, ficaram sem óleo diesel", afirmou o presidente, também em entrevista ao Metrópoles.
Após saber a opinião de especialistas e representantes do setor, você está preocupado com uma possível escassez de combustível no Brasil?
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