Brasil corre risco de estagflação em 2022

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Brasil corre risco de estagflação em 2022

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia pode prejudicar os preços no país. 

Foto: Rudy and Peter Skitterians/Pixabay.

O risco de estagflação no Brasil está se tornando cada vez mais real: o mercado prevê para este ano um crescimento próximo de zero e uma inflação abaixo dos dois dígitos. Com o Leste Europeu enfrentando uma guerra que deverá ter um grande impacto internacional, a situação pode favorecer ainda mais o possível cenário de estagflação.

Quando se especulava a invasão da Ucrânia pela Rússia, o risco da estagflação já se fortalecia, de acordo com uma pesquisa realizada pela Focus. A alta do custo de vida muitas vezes chegou perto, mas nunca alcançou o pico prometido pelo Banco Central (BC) - e por esse motivo a autoridade monetária previu que a Selic subiria mais do que havia imaginado, chegando a próximo a 12% ao ano até o mês de junho.

Segundo o BC, o ciclo de alta dependerá do ritmo do dólar após os juros subirem nos Estados Unidos. A guerra poderá fazer com que os americanos sejam forçados a retornar aos títulos do tesouro, sem a necessidade de um incentivo do Federal Reserve (banco central americano).

"O choque é global, vai atingir todos os países. Europa sofrendo mais, Estados Unidos, menos, os países emergentes exportadores de commodities sofrendo ainda menos, por engordarem receitas com a alta de preços", explicou Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais para o site Valor Investe.

"No entanto, no caso do Brasil, já estávamos antes da guerra em vias de entrar em estagflação. O PIB crescendo ou caindo 0,5% dá na mesma. Ou seja, muito ruim, e com uma inflação já alta e que pode ser ainda maior quanto mais durar o conflito e as sanções impostas", observou o economista.

Bandeira ainda reconheceu que os BCs europeu e americano evitam tomar atitudes mais drásticas quanto à inflação. Se a atitude das autoridades monetárias mudasse, poderia atrair mais dólares para o Brasil.

"As grandes autoridades monetárias vão precisar ser algo complacentes, na medida em que as incertezas são enormes. Um cessar-fogo, por exemplo, pode acontecer do dia para noite e sanções serem retiradas, diminuindo os focos inflacionários" disse Bandeira. "O tamanho das incertezas globais exige certa prudência", completou o economista.

A alta do dólar traz mais custos à produção nacional, em contrapartida, já que as matérias-primas devem ficar mais caras devido à pressão inflacionária e para os juros subirem, fazendo a economia crescer menos.

Consequências no bolso do brasileiro

A partir de agora, os combustíveis devem ser os principais impulsionadores da inflação, já que a oferta russa está em uma situação ruim e não se sabe quando irá se recompor.

Quanto à produção de alimentos, o trigo, que vem em grande parte da Rússia e da Ucrânia, também será prejudicado por esse conflito. Além disso, a falta de fertilizantes do Leste Europeu pode aumentar o preço dos grãos, prejudicando a compra de ração para o cultivo de bois e aves.

Segundo o banco J.P Morgan, não faltam incentivos para o BC brasileiro postergar o fim do ciclo da alta de juros. Em meio às incertezas sobre a inflação, uma coisa é certa: a depressão da atividade econômica.

E você, acha que ainda teremos uma estagnação neste ano? Conte para a gente sua opinião sobre o cenário econômico que se desenha!

 

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Quinta, 21 Novembro 2024

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