O crescimento da atividade empresarial nos Estados Unidos perdeu força em setembro pelo segundo mês consecutivo, de acordo com os dados preliminares do S&P Global US Flash PMI divulgados nesta terça-feira (23). O índice composto caiu de 54,6 em agosto para 53,6, refletindo uma expansão mais fraca tanto no setor de serviços quanto na indústria.

Apesar de a produção industrial ter registrado seu quarto mês seguido de alta, o ritmo foi bem menor que o de agosto, quando havia alcançado o maior ganho em 39 meses. O enfraquecimento da demanda e a queda das exportações (impactadas pelas tarifas) levaram ao acúmulo mais elevado de estoques de produtos acabados já registrado em mais de 18 anos de pesquisa.

Segundo Chris Williamson, economista-chefe do S&P Global Market Intelligence, os dados sugerem que a economia ainda cresce a uma taxa anualizada de 2,2% no terceiro trimestre, mas com sinais de desaceleração. "O crescimento perdeu força desde o pico em julho e as empresas reduziram o ritmo de contratação em setembro. A menor capacidade de repassar custos para os consumidores indica margens de lucro pressionadas, mas também aponta para uma moderação da inflação nos próximos meses", avaliou.

Os custos de insumos continuaram subindo, puxados principalmente pelas tarifas, com a inflação de preços na indústria permanecendo entre as mais altas desde a pandemia. No entanto, o repasse aos preços finais foi o mais fraco desde abril, com empresas relatando dificuldade em aumentar preços diante da demanda mais fraca e da concorrência acirrada.

O nível de confiança das empresas para os próximos 12 meses subiu para o maior patamar em quatro meses, impulsionado pela expectativa de que cortes de juros ajudem a compensar os impactos das tarifas e da incerteza política sobre o crescimento futuro.