Presidentes americanos e a Bolsa de Valores: de 2008 a 2020

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Presidentes americanos e a Bolsa de Valores: de 2008 a 2020

Confira uma análise sobre a interferência dos governantes no mercado de capitais.

Foto: 12019/Pixabay.

Você já parou para pensar em como a alternância de poder interfere no mercado de capitais? Luiz Hota, sócio da Tradestars, maior comunidade de traders da América Latina, fez uma análise político-econômica dos últimos 12 anos nos Estados Unidos em seu canal do Youtube.

A análise começou em 2008, com o final do governo republicano de George W. Bush e a primeira eleição de Barack Obama, que assumiu a presidência em 2009. Obama, democrata, precisou lidar com a crise do subprime - que por pouco não levou a um reset mundial na bolsa de valores.

Hota relembrou que o governo americano injetou trilhões de dólares no mercado, fazendo até mesmo resgate de bancos que estavam à beira da falência devido à grande quantidade de calotes de devedores.

A Bolsa, que derreteu, começou a subir novamente. Obama foi reeleito como presidente em novembro de 2012. O governo democrata realizou diversos gastos com políticas sociais, como o Obama Care. Assim, o otimismo subiu, lembrou Hota.

Mas em 2016 os EUA estavam começando a sentir os efeitos da falta da impressão de dinheiro: o nível de empregos estava baixando e as empresas lucrando cada vez menos. Foi quando os republicanos voltaram ao poder, com o empresário Donald Trump vencendo as eleições, utilizando os lemas "America primeiro" e "Faça a América grande de novo".

A primeira atitude de Trump, conforme apontou o analista, foi a diminuição drástica dos impostos para empresas: de 31% para 18%. O corte de quase metade das taxas deixou os EUA em situação de pleno emprego - que provavelmente perduraria, se não fosse a pandemia de covid-19.

Efeitos da alternância de poder na bolsa de valores

Com a entrada dos republicanos, que resultou no corte de impostos, a economia foi beneficiada: com menor carga tributária, houve diminuição dos custos de produção e aumento do consumo e do índice de empregos disponíveis.

No mercado de capitais, o P/L das empresas (indicador "preço por lucro", que define o retorno que uma ação dá ao investidor e que quanto menor, melhor) diminuiu, gerando um aumento de retorno das ações e fazendo a bolsa subir.

Em 2020, no entanto, com a entrada de Joe Biden, o governo, novamente democrata, passou a injetar dinheiro na economia. E como pagar esta conta? Aumentando os tributos. Biden tem sinalizado que irá aumentar os impostos para empresas de 21% para 28%, o que representa um acréscimo de cerca de 40% na carga tributária.

Com esse movimento, a tendência é que ocorra no mercado o inverso do que aconteceu com o corte de juros: o lucro das empresas deve diminuir, o P/L - que já está alto devido à pandemia de covid-19 - deve subir cada vez mais, o custo dos produtos também deve aumentar, enquanto consumo e emprego tendem a diminuir.

Hota ressaltou, no entanto, que esta é apenas uma observação de mercado, e não um juízo de valor sobre qual ideologia é melhor para a economia. O analista advertiu que, caso haja também um aumento dos juros, a economia americana corre o risco de "entornar o caldo". 

 

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Quinta, 21 Novembro 2024

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