Desde 2015 houve um boom de influenciadores digitais que surfaram na onda do interesse cada vez maior do brasileiro pelo mercado financeiro. Na esteira, surgiu um modelo de negócios, também digital, que envolveu equipes cada vez maiores: canais no YouTube, sites, redes sociais, cursos e outros produtos sobre finanças e investimentos que demandaram times cada vez maiores.

Hoje, influenciadores como Nathalia Arcuri, do canal Me Poupe!, e Thiago Nigro, do Grupo Primo, têm negócios com milhões de seguidores e que empregam centenas de pessoas - ou empregavam.

O Grupo Primo, inclusive, adquiriu as empresas de educação TopInvest e Edufinance, e se associou à casa de análise de criptomoedas da Paradigma Education.

Demissões

Segundo reportagem recente do Estadão, a Me Poupe! demitiu na sexta-feira (27) cerca de 70 pessoas - metade da sua força de trabalho. Segundo a Me Poupe!, a empresa "passa por uma reestruturação que demandará reorganização de equipe e investimentos" e "uma nova estrutura e novo modelo de negócios será apresentada 'em breve'".

Já o Grupo Primo, segundo dados do LinkedIn, conta atualmente com 190 pessoas na equipe – sendo que antes eram mais de 270. Segundo a mesma reportagem, a Empiricus também demitiu 12% de seus colaboradores.

Motivação

Há relatos nas redes sociais a respeito de aumento de pressão por resultados por parte das empresas capitaneadas por influenciadores digitais, além de incentivo à realização de horas extras sem pagamento, inclusive em feriados e finais de semana, além da participação em momentos religiosos durante o horário de trabalho - este último fato no Grupo Primo.

Já ex-colaboradores da Me Poupe afirmaram ao Estadão que o clima na empresa é muito competitivo e repleto de cobrança por metas "cada vez mais inatingíveis". Segundo relatos na plataforma de empregos Glassdoor, há metas que "mudam de acordo com o humor de Arcuri".

A influenciadora digital Nath Finanças repercutiu o tema de demissões em massa em seu perfil no Twitter - antes da notícia das demissões do Me Poupe" -, e na rede, a visão da maioria dos seguidores é a de que as demissões não seriam realmente necessárias, mas sim cortes que estão sendo realizados para diminuir os salários - tanto no caso das empresas citadas neste conteúdo, quanto nas big techs, que vêm realizando cortes em massa em suas equipes desde 2022.

Veja um dos comentários abaixo:

Falam nos comentários em aumento de desempregados (exército de reserva) para baixar salários. Concordo. Vou além: avanço técnico substituindo capital humano por tecnológico. Inteligência Artificial já ameaça áreas como a acadêmica, onde já se debate os limites e o uso de IA.

— Renan Azevedo (@RenanAzd) January 27, 2023

A chegada de ferramentas de criação de conteúdo como o ChatGPT também possui o potencial para balançar o mercado, de agora em diante.

E você, qual a sua opinião quanto às demissões nas empresas dos grandes influenciadores digitais de finanças? Comente conosco!