Inflação dos EUA chega ao patamar mais alto em 40 anos; veja!
Custos com alimentos, gás e energia foram os maiores vilões do relatório.
O Índice de Preços ao Consumidor norte-americano (IPC, que nos Estados Unidos é designado pela sigla CPI) subiu 8,6% em maio em relação ao mesmo período em 2021, segundo informou o Bureau of Labor Statistics nesta sexta-feira (10). Foi o maior aumento registrado desde dezembro de 1981.
O núcleo da inflação, excluindo alimentos e energia, subiu 6%. Ambos os resultados ficaram acima do esperado pelo mercado, o que indica que a inflação do país ainda não chegou ao pico, apesar dos esforços recentes do Federal Reserve (Banco Central norte-americano), que vem aumentando juros e se desfazendo de títulos comprados anteriormente para incentivar a economia.
O que mais contribuiu com o aumento foi o preço de alimentos (10,1% no ano), em conjunto com combustíveis e energia (34,6% no ano). Somente o óleo combustível subiu 106,7% em relação ao ano anterior. Custos com moradia - cerca de um terço do IPC - subiram no ritmo mais rápido em 31 anos em um intervalo de 12 meses: 5,5%.
Em paralelo, os salários, que perdem cada vez mais o poder de compra, caíram 0,6% em relação a abril - enquanto o rendimento médio por hora despencou 3% em 12 meses.
Reação do mercado
Os mercados reagiram negativamente ao relatório, com ações caindo e rendimentos dos títulos do governo subindo. ″É difícil olhar para os dados de inflação de maio e não ficar desapontado", disse ao site CNBC o economista-chefe da Morning Consult, John Leer. "Ainda não estamos vendo nenhum sinal de que o pior passou", enfatizou o especialista.
Os números de sexta-feira, além de diminuírem as esperanças de que a inflação possa ter atingido o pico, aumentam os temores de que a economia dos EUA esteja se aproximando de uma recessão.
O relatório provavelmente solidifica a probabilidade de vários aumentos na taxa de juros de 50 pontos básicos por parte do Federal Reserve logo adiante. "Obviamente, nada é bom neste relatório", disse Julian Brigden, presidente da MI2 Partners, uma empresa global de pesquisa macroeconômica, também ao portal. "Não há nada lá que dê algum ânimo ao Fed. ... Eu luto para ver como o Fed pode recuar", disse Brigden.
Com 75 pontos base de aumento da taxa de juros até agora, os mercados esperam que o Fed continue apertando sua política monetária até 2023. O mistério é quanto o banco central norte-americano terá que aumentar as taxas para evitar o pior.
E você, acredita que a economia norte-americana pode se estabilizar em breve? Conte para a gente!
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