Iene atinge menor nível em nove meses em meio ao otimismo global
Moeda japonesa se enfraquece diante do avanço das bolsas internacionais, enquanto o mercado especula possível intervenção do governo em Tóquio
As bolsas globais subiram nesta quarta-feira (12), impulsionadas pela expectativa de que o Congresso dos Estados Unidos encerre ainda hoje a paralisação do governo federal, iniciada em 1º de outubro. O avanço reflete o alívio dos investidores diante da possível retomada das atividades públicas e da normalização dos dados econômicos.
Na Europa, o índice STOXX 600 e o FTSE 100 de Londres atingiram recordes históricos, com destaque para o setor bancário. Nos EUA, os futuros de Wall Street indicavam abertura positiva, enquanto no Japão o índice Topix subiu mais de 1%, renovando máximas. A SoftBank caiu 3,5% após anunciar a venda de toda sua participação na Nvidia, mas ainda acumula alta superior a 100% no ano.
Segundo Michael Metcalfe, da State Street, o fim do impasse nos EUA traz "alívio por não haver uma desaceleração significativa do crescimento". Ele destacou que, para a alta das ações continuar, os dados precisam ser fracos o bastante para justificar um corte de juros pelo Federal Reserve, mas não a ponto de reacender temores de recessão.
Os números de emprego americanos, represados pela paralisação, são agora os mais aguardados. Dados da ADP mostraram corte médio de 11.250 vagas por semana em outubro. O mercado estima 64% de chance de o Fed reduzir os juros em 25 pontos-base em dezembro.
O iene japonês também chamou atenção ao cair para 154,91 por dólar, mínima em nove meses. A ministra das Finanças do Japão, Satsuki Katayama, reconheceu que os efeitos negativos da desvalorização já superam os positivos. Analistas apontam possível intervenção cambial nos próximos meses.
O dólar subiu 0,1%, para 99,59 pontos, enquanto o euro ficou em US$ 1,1572 e a libra recuou para US$ 1,3123. O petróleo Brent caiu 0,8%, a US$ 64,61 o barril, e o ouro manteve estabilidade em torno de US$ 4.126 por onça.
Para o trader brasileiro, o avanço nas negociações em Washington reduz o risco global e tende a melhorar o apetite por ativos emergentes, embora o cenário ainda exija cautela diante das incertezas sobre o crescimento mundial.
Com informações de Reuters
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