Dólar sobe puxado por exterior e pelos ajustes de final de semestre
Confira os movimentos do mercado financeiro nesta quarta-feira (28).
O dólar opera em alta frente o real nesta quarta-feira, 28, estendendo ganhos da véspera em meio à valorização externa da moeda americana nesta manhã, que realimenta o movimento de realização de lucros no câmbio interno após fortes perdas acumuladas ante o real em junho e no primeiro semestre.
Os investidores buscam proteção em meio a sinais de alta de juros no exterior e à espera de novos comentários de presidentes de Bancos Centrais europeu, americano, britânico e japonês em fórum do BCE em Portugal.
O diretor da corretora Correparti, Jefferson Rugik, afirma que, além do impacto externo do dólar forte, aqui continua o movimento de recomposição de posições defensivas com a possibilidade de novas saídas de investidores estrangeiros do país em função da proximidade do fim do primeiro semestre nesta sexta-feira, dia 30.
Os investidores seguem atentos a sinais de política monetária no mundo. Mais cedo, o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, disse que o aumento de juros em julho já está "decidido". "Não é uma indicação, está claro", ressaltou em entrevista à Bloomberg.
Já o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, afirmou que a instituição levará alguns anos para atingir a meta de inflação de 2%, ainda que haja "bom progresso" em 2023, afirmou, em entrevista à CNBC. "Teremos um período em que as taxas precisam se manter restritivas para garantir que nenhum choque novo nos afaste dos 2%."
Em dia de agenda de dados fraca, os mercados vão monitorar e repercutir à tarde o relatório Mensal da Dívida relativo a maio (14h30). Mais cedo, o Banco Central informou que as concessões dos bancos no crédito livre subiram 14,7% no mês passado ante o anterior.
Por aqui, permanece a expectativa de início de queda da Selic em agosto após a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada ontem. Agora, o mercado vai se debruçar no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e na decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), ambos na quinta. Nas divulgações, os investidores esperam encontrar indícios mais claros sobre a condução da política monetária brasileira.
Segundo a MCM Consultores, caso o CMN mantenha inalteradas em 3% as metas de inflação para 2024 e 2025, ficará ainda mais reforçado o seu cenário para a política monetária nos próximos meses. A consultoria estima um corte inicial da Selic, de 0,25 ponto porcentual, no Copom de agosto, e reduções adicionais de 0,25 ponto em setembro, meio ponto em novembro e em dezembro.
Às 9h35 desta quarta, o dólar à vista subia 1,19%, a R$ 4,8557. O dólar para julho ganhava 0,83%, a R$ 4,8555.
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