Dólar sobe 10,03% em junho, maior alta mensal desde março de 2020
Bolsa também teve o pior mês desde o início da pandemia de covid-19.
Em meio a temores por uma recessão internacional e a tensões internas no Brasil, o mercado financeiro teve o mês mais turbulento desde o início da pandemia de covid-19. O dólar teve a maior alta mensal; e a bolsa, a pior queda para um mês em mais de dois anos.
O dólar comercial encerrou a quinta-feira (30) - e o semestre - vendido a R$ 5,235 reais, com alta de R$ 0,042 (+0,81%). A moeda norte-americana teve um dia de forte volatilidade, subindo para R$ 5,27 no início das negociações, caindo para R$ 5,18 durante a tarde e voltando a subir perto do fim das negociações. A divisa encerrou a sexta-feira (01) acima de R$ 5,30 reais.
Com o desempenho, dólar encerrou junho com alta de 10,03%, a maior alta mensal desde março de 2020, quando a cotação tinha subido 15.92%. Apesar da alta deste mês, a divisa acumula recuo de 6,11% em 2022.
A quinta-feira que encerrou o semestre também foi tensa no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 98.542 pontos, com recuo de 1,08%. O indicador caiu 11,5% em junho, com o pior desempenho mensal desde março de 2020. A bolsa perdeu 17,88% no trimestre, a maior queda desde o primeiro trimestre de 2020.
Tanto fatores internos como externos contribuíram para a turbulência no mercado financeiro. No plano internacional, as bolsas norte-americanas tiveram forte queda. Os índices de Wall Street tiveram o pior semestre desde 1970.
O mercado global teve um mês instável, em meio aos temores de que a maior economia do planeta entre em recessão após o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) aumentar os juros básicos em 0,75 ponto percentual no início do mês. Atualmente, a inflação nos Estados Unidos está no maior nível desde 1981.
No mercado interno, os investidores estão receosos com a votação da proposta de emenda à Constituição que amplia o Auxílio Brasil para R$ 600, eleva o valor do Auxílio Gás e cria benefícios para caminhoneiros e outras categorias.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, deu aval para a criação de um auxílio para taxistas, que eleva o impacto da proposta de R$ 38,75 bilhões para R$ 41,25 bilhões no Orçamento deste ano. O texto foi aprovado no Senado em dois turnos e agora será votado pela Câmara dos Deputados.
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