Dólar fecha praticamente estável após elevação de juros nos EUA
Bolsa reverte queda do início da quarta-feira (14) e sobe 0,2%.
O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 5,301 reais, com recuo de 0,27%. A cotação ficou volátil, chegando a R$ 5,36 reais nos primeiros minutos de negociação, caindo para R$ 5,29 perto das 14h, operando em torno de R$ 5,31 na maior parte da tarde e voltando a cair perto do fim das negociações.
Com o desempenho da quarta-feira, a moeda norte-americana acumula alta de 1,9% em dezembro. Em 2022, a divisa cai 4,93%.
No mercado de ações, o dia também foi marcado pelo sobe e desce. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 103.746 pontos, com alta de 0,2%. O indicador chegou a cair 1,84% por volta das 12h15, mas reagiu ao longo da tarde e chegou a superar os 104 mil pontos na máxima do dia, por volta das 17h10.
Fatores domésticos e internacionais contribuíram para a volatilidade no mercado financeiro. No exterior, a alta de 0,5 ponto percentual nos juros básicos norte-americanos decidida pelo Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) trouxe alívio perto do fim das negociações. Após quatro aumentos seguidos de 0,75 ponto, a autoridade monetária dos Estados Unidos reduziu o ritmo de elevação.
Declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, no entanto, reduziram o alívio externo. Em entrevista coletiva após o fim da reunião, ele disse que o órgão precisa de mais evidências de que a inflação nos Estados Unidos esteja em baixa. Somente com a queda da inflação, o Fed poderá deixar de elevar os juros. Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.
No plano interno, os investidores reagiram à aprovação, na terça-feira (13) à noite, na Câmara dos Deputados, de projeto de lei que flexibiliza a Lei das Estatais. Os deputados reduziram, de 36 meses para 30 dias, o prazo para que pessoas ligadas a partido ou campanhas políticas assumam cargos de direção em estatais federais ou empresas de economia mista.
A mudança foi interpretada como um recuo na independência das estatais, o que fez ações de empresas como Banco do Brasil e Petrobras caírem na bolsa. Os papéis da petroleira, as ações mais negociadas da B3, fecharam em forte queda. As ações ordinárias (com voto em assembleia de acionistas) caíram 9,8%. Os papéis preferenciais (com preferência na distribuição de dividendos) recuaram 7,93%.
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