Bolsa de valores cai 0,59% após escândalo contábil em grande loja.
O alívio no cenário internacional e o anúncio do novo pacote fiscal pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fizeram o mercado financeiro ter um dia mais calmo do que o esperado na quinta-feira (12). O dólar atingiu o menor valor desde novembro, e a bolsa de valores teve uma pequena baixa, após cair mais de 1% no início da tarde.
O dia foi marcado pelo comunicado feito ao mercado pela Americanas, na noite anterior, de uma inconsistência contábil no valor de cerca de R$ 20 bilhões de reais. As ações da companhia ficaram a maior parte do dia em leilão e perderam 76% do valor do pregão anterior, causando perdas também para outras varejistas como Via e Magazine Luiza - que também foram a leilão, mas sem afetar fortemente a bolsa, com o Ibovespa caindo 1,2% por volta das 12h15, mas se recuperando posteriormente.
O dólar comercial encerrou esta quinta-feira vendido a R$ 5,101 reais, com queda de R$ 0,08 (-1,55%). A cotação operou próxima da estabilidade durante a manhã, mas começou a cair no início da tarde, com informações sobre o pacote de ajuste fiscal de R$ 242,7 bilhões de reais anunciado pelo ministro da Fazenda.
Na mínima do dia, por volta das 15h45, a moeda norte-americana chegou a R$ 5,07 reais, quando o Ministério da Fazenda tinha anunciado que o pacote poderia fazer o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrar superávit primário de R$ 11,13 bilhões de reais neste ano. Mais tarde, quando Haddad esclareceu que esse era o cenário mais otimista e que a previsão mais provável é de déficit entre R$ 90 bilhões e R$ 100 bilhões de reais, a divisa voltou para a casa dos R$ 5,10 reais.
Com o desempenho de ontem, o dólar acumula queda de 3,4% em 2023. A divisa está na menor cotação desde 4 de novembro, quando estava em R$ 5,05 reais.
O pacote fiscal de Haddad também amenizou a queda na bolsa de valores: o índice Ibovespa fechou o dia aos 111.850 pontos, com recuo de 0,59%.
Na quinta-feira, o mercado financeiro foi beneficiado pelo cenário internacional. A divulgação de que a inflação nos Estados Unidos desacelerou em dezembro animou os investidores, fazendo o dólar cair em todo o planeta. O arrefecimento da inflação e a desaceleração do mercado de trabalho na maior economia do mundo abre espaço para que o Federal Reserve (Banco Central norte-americano) aumente menos os juros na reunião do fim de janeiro.