Dólar cai com realização induzida por exterior, alívio com MP dos Ministérios na Câmara e PIB
A moeda tem um dia de realização com cenário externo e alívio com MP do Ministérios na Câmara.
O dólar opera em baixa nesta quinta-feira, 1º de junho, e registrou mínima a R$ 5,0222 reais (-1,00%) no mercado à vista há pouco. A moeda tem um dia de realização e é induzida pelo cenário externo e pelo alívio com MP do Ministérios na Câmara na noite da quarta-feira, além da divulgação, nesta quinta, do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do primeiro trimestre de 2023, com resultado forte e acima das expectativas do mercado financeiro.
O diretor da corretora Correparti, Jefferson Rugik, observa que o mercado de câmbio é influenciado pela queda externa do dólar ante outros pares principais e algumas divisas emergentes latino-americanas, como peso mexicano e peso colombiano, após a aprovação por parte da Câmara dos EUA da suspensão do teto da dívida por dois anos e do avanço do PMI industrial da China em maio à zona de expansão, 50,9, medido pela S&P Global Ratings, em parceria com a Caixin.
Rugik avalia que, apesar das dificuldades e articulação política do governo no Congresso, a Câmara aprovou a MP dos Ministérios na quarta à noite, que pode ser votada ainda nesta quinta no Senado, o que é uma vitória para o governo Lula e ajuda no alívio no câmbio também.
O ajuste de baixa do dólar ante o real reflete ainda uma realização no câmbio, após o forte resultado do PIB do Brasil no primeiro trimestre.
O PIB brasileiro registrou alta de 1,9% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre do ano passado. O resultado veio acima da mediana das estimativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, positiva em 1,2%, e dentro do intervalo, de alta entre 0,4% e 2,4%.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o PIB apresentou alta de 4,0%, dentro das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, que variavam de uma elevação de 0,9% a 4,3%, mas novamente acima da mediana positiva de 3,1%.
Na quarta-feira, o dólar à vista emendou a terceira sessão de alta firme no mercado doméstico e encerrou a R$ 5,0730 reais (+0,61%) - maior valor de fechamento desde 19 de abril. Em maio, houve valorização de 1,72% frente o real, após queda de 1,60% em abril.
Lá fora, os juros dos Treasuries passaram a cair e o dólar reduziu perdas ante pares rivais (DXY) após pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA abaixo do esperado e também um aumento do custo da mão de obra inferior às projeções.
Os dados reforçam a possibilidade de manutenção de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na reunião deste mês. Na quarta à tarde, houve uma reviravolta nas apostas de política monetária do Fed após dois dirigentes da instituição defenderem uma pausa no processo de aperto em curso há pelo menos um ano no país, a depender do relatório de empregos (payroll) que será divulgado nesta sexta-feira.
Mais cedo, os dados fortes de criação de empregos no setor privado americano apoiaram o fortalecimento dos retornos dos Treasuries e redução de perdas do índice DXY do dólar frente divisas rivais.
Às 10h07, o dólar à vista recuava 0,45%, a R$ 5,0492 reais. O dólar julho cedia 0,17%, a R$ 5,0770 reais.
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