A sexta-feira (31) de Halloween começou com um clima de "doces ou travessuras" em Wall Street. Após um susto na quinta-feira (30), com quedas nas ações da Microsoft e da Meta por conta de preocupações com os altos investimentos em inteligência artificial, os futuros das bolsas americanas voltam a subir nesta manhã, sinalizando que o dia pode ser mais "doce" do que "travessura" para os mercados.

O grande destaque da semana foi a Nvidia, que se tornou a primeira empresa a ultrapassar US$5 trilhões em valor de mercado, um feito impressionante, considerando que havia alcançado os US$ 4 trilhões apenas três meses antes.

No cenário geopolítico, o encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder chinês Xi Jinping trouxe alívio temporário aos investidores. O acordo firmado prevê a redução das tarifas americanas sobre produtos chineses e o adiamento das restrições da China às terras raras. Apesar da repercussão positiva, analistas alertam que o histórico de negociações entre as duas potências é repleto de repetições e reviravoltas.

Já no campo monetário, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, confirmou o corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, decisão amplamente esperada pelo mercado. No entanto, Powell foi cauteloso ao sinalizar que um novo corte em dezembro está longe de ser garantido, o que pode indicar que o Fed começa a enxergar limitações no poder de estímulo da política monetária diante dos desafios na oferta de mão de obra.

O discurso mais duro do Fed deu novo impulso ao dólar, que caminha para encerrar outubro com valorização próxima de 2%. O fortalecimento da moeda americana, porém, não deve agradar à Casa Branca, já que reduz a competitividade das exportações dos EUA, ponto sensível para o governo Trump.

Nos mercados de energia, a OPEP se reúne neste domingo e deve anunciar um novo aumento na produção. A Arábia Saudita enfrenta um dilema entre atender às pressões geopolíticas vindas das sanções americanas contra a Rússia e proteger seus próprios interesses econômicos.

Enquanto isso, o debate sobre a eficácia das sanções à Rússia segue aberto. Especialistas questionam se essas medidas realmente atingem os objetivos propostos ou apenas redesenham o mapa do comércio global de energia.

No campo das energias renováveis, analistas observam uma possível reversão no avanço das exportações chinesas de veículos elétricos após recentes mudanças de política. Já o cobre voltou aos holofotes: o metal atingiu um recorde histórico de US$11.200 por tonelada na Bolsa de Metais de Londres, reforçando o apetite global por commodities estratégicas.

Para o trader brasileiro, a combinação de euforia com tecnologia, cautela com juros e novas dinâmicas geopolíticas promete um fim de semana de reflexão, e preparação para a próxima semana, que deve manter a volatilidade em alta.

Com informações de Reuters