Conheça os fundos de investimento de recursos hídricos
Temores sobre escassez de água tornam fundos hídricos nova tendência.
De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), a escassez de água que já vemos atualmente só tende a piorar até 2050 e, junto com ela, veremos mais iniciativas para amenizar os efeitos da falta de água em algumas áreas, como saneamento básico e redes de distribuição. Por esses motivos, os fundos de investimento vêm apostando em ecossistemas de empresas ligadas a recursos hídricos.
No Brasil, o surgimento desses tipos de fundos ainda é recente e acompanha a tendência dos produtos temáticos, que focam no ecossistema de empresas que investem em um produto ou bem ou em serviços associados a ele.
A Vitreo, uma plataforma digital que contém vários produtos temáticos, também seguiu esse caminho e lançou o fundo Vitreo Água em julho de 2010. "No Brasil nem todos veem a água como um bem escasso, mas ela é. Pessoas vão perceber isso e nossa tese é que as ações das empresas desse ecossistema vão incorporar essa percepção e se valorizar", disse George Wachsmann, gestor de patrimônio e sócio da Vitreo, ao site Valor Econômico.
A carteira da Vitreo tem o ETF Invesco Water Resources (PHO) e ações de empresas de saneamento, tecnologias de dessalinização, distribuição, embalagem de água, entre outras. 75% do fundo está alocado no ETF, o restante são ações compradas pela Vitreo com apenas um papel brasileiro: o da Sanepar.
Quando questionado, Wachsmann afirmou ao Valor Econômico que o maior desafio da Vitreo Água e dos demais produtos temáticos é a mentalidade de curto prazo do brasileiro: "Fundo temático é para médio e longo prazo porque são teses que precisam se consolidar".
Apesar da iniciativa pautada em dados concretos, a Vitreo Água vem sofrendo com a falta de investidores, já que a alta da Selic tem desanimado muitos a respeito de investir em renda variável, além da queda do dólar, que também interfere no ganho da carteira.
"Mesmo assim, no critério de volatilidade, o Vitreo Água vai melhor que outros, com 22%, ante 27% do Ibovespa e 57% do fundo de carbono" afirmou o sócio da Vitreo.
A Itaú Asset também investe no mercado e foi a pioneira no ecossistema da água quando lançou o Itaú Index ESG Água, que investe em 50 empresas de dez países. Segundo entrevista de Renato Eid, superintendente de estratégia beta e integração ESG da Itaú Asset, para o Valor Investe, "a pandemia deixou ainda mais clara a necessidade de acesso à água para diversas geografias do planeta".
O executivo ainda destacou a importância da agenda 2030 da ONU, que visa garantir a disponibilidade e gestão sustentável da água: "Fundos ligados ao ecossistema da água também trazem esta externalidade positiva. Água é um bem essencial para a sociedade e não podemos especular com ela e por isto o foco é no ecossistema de empresas que trabalham para levar o produto a todos".
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