O governo dos Estados Unidos chegou nesta quarta-feira (05), ao 36º dia de paralisação, marcando o maior shutdown da história do país. O impasse começou em 1º de outubro, quando o Congresso não conseguiu aprovar um novo pacote de financiamento. Desde então, serviços públicos foram suspensos, milhões de americanos estão sem assistência e os impactos econômicos se espalham dentro e fora do país.

A crise já interrompeu o pagamento de servidores federais, incluindo policiais, militares e agentes de aeroportos, e deixou cerca de 42 milhões de pessoas sem o benefício alimentar de US$180 mensais. Mais de 3,2 milhões de passageiros enfrentaram atrasos e cancelamentos de voos. O Escritório de Orçamento do Congresso estima que, se a paralisação persistir, o prejuízo econômico pode ultrapassar US$11 bilhões.

Com a suspensão de dados oficiais como o payroll e o índice de preços ao consumidor (CPI), os investidores perdem referências fundamentais para precificar ativos. Essa falta de visibilidade provoca reações rápidas, movimentos inesperados e fortes oscilações em índices, moedas e commodities. É o tipo de ambiente em que estratégias de curto prazo ganham força.

Traders que utilizam operações de day trade, scalping e swing trade exploram essas variações buscando lucros rápidos em movimentos curtos de mercado. Quando o dólar sobe, por exemplo, o ouro tende a se valorizar como ativo de proteção. Já quedas abruptas em índices de ações podem ser revertidas em minutos, criando espaço para operações contrárias de recuperação.

Outro fator que impulsiona as oportunidades é o aumento da liquidez em momentos de crise. Grandes fundos e instituições financeiras movimentam volumes elevados para se proteger, gerando fluxos de compra e venda que ampliam a amplitude dos preços. Quem consegue identificar esses padrões com agilidade pode capturar ganhos que, em períodos estáveis, seriam raros.

Enquanto o governo permanece sem acordo e o Federal Reserve opera às cegas, sem dados oficiais para guiar a política monetária, o mercado segue reagindo ao noticiário político e aos rumores sobre possíveis resoluções.