Administração Biden amplia restrições sobre veículos conectados chineses

Administração Biden amplia restrições sobre veículos conectados chineses

A administração de Joe Biden anunciou uma nova medida que proíbe o uso de hardware e software de "veículos conectados" oriundos da China e, em menor escala, da Rússia, ampliando o escopo da guerra comercial com a indústria automobilística chinesa. 

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Nesta segunda-feira, o governo dos Estados Unidos informou que a proibição, a ser implementada pelo Departamento de Comércio, tem como foco a segurança nacional. A justificativa apresentada é que esses veículos sofisticados, conectados à Internet, podem ser usados para "vigilância e sabotagem" por atores mal-intencionados.

Essa nova medida adiciona mais um capítulo à já complexa disputa comercial entre Washington e Pequim. Atualmente, os veículos elétricos (EVs) chineses enfrentam barreiras tarifárias significativas que os mantêm fora do mercado norte-americano. A restrição à tecnologia de conectividade é uma forma de limitar a entrada de outros veículos chineses, uma vez que a maioria dos automóveis modernos depende dessa tecnologia para operar.

Apesar da presença limitada de marcas chinesas nas ruas dos Estados Unidos, um número considerável de carros fabricados na China já circula por lá. Em 2023, foram adquiridos 104.000 veículos de origem chinesa por consumidores norte-americanos, de marcas renomadas como Buick e Volvo.

Em comunicado oficial, a Casa Branca detalhou que o embargo afetará a "importação ou venda de certos sistemas de veículos conectados" desenvolvidos, projetados, fabricados ou fornecidos por empresas ligadas à China ou à Rússia. Entre os sistemas listados estão Bluetooth, conectividade celular e satélites, que são amplamente utilizados na indústria automotiva.

Caso seja aprovada, a proibição de software entrará em vigor no ano-modelo de 2027, enquanto a restrição de hardware começará a partir de 2029, ou seja, nos veículos produzidos a partir de 2030.

Os receios dos EUA quanto à segurança cibernética desses veículos conectados ecoam as preocupações que a China já havia demonstrado no passado. Em 2021, o governo chinês proibiu o uso de carros da Tesla por militares devido a questões de segurança, embora a montadora norte-americana tenha conseguido reverter a situação e, em julho de 2024, foi incluída em uma lista oficial de compras do governo chinês.

A decisão do governo Biden de restringir a importação de tecnologia para veículos conectados reforça a crescente preocupação dos EUA com a segurança cibernética e o controle estratégico de dados sensíveis. Além de ser um movimento claro para conter a influência chinesa na indústria automobilística, a medida sinaliza uma postura mais rígida em relação à dependência de tecnologias estrangeiras. 

O impacto dessas restrições provavelmente será sentido em ambas as economias, mas pode também acelerar o desenvolvimento de soluções internas e fortalecer a segurança tecnológica dos veículos nos Estados Unidos. A disputa vai além do comércio, marcando um novo campo de batalha no cenário global da inovação e da segurança digital.

 

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Sábado, 28 Setembro 2024

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