Trabalhos remoto e híbrido serão comuns em 2022 na América Latina
40% das empresas da região devem manter o modelo híbrido de trabalho neste ano.
Segundo estudo realizado pelo Page Group, as empresas da América Latina são mais flexíveis quanto ao modelo não presencial de trabalho e 44% das organizações nessa região possuem funcionários que não trabalham no mesmo país em que fica a sua sede. A tendência é que os nômades digitais e o trabalho híbrido se tornem ainda mais comuns em 2022.
A pesquisa, que abrangeu toda a América Latina, contou com mais de três mil funcionários de diferentes empresas e setores. O resultado mostrou que pelo menos 20% dos participantes continuam trabalhando em home office, mas 37,5% já voltaram à sua rotina de trabalho presencial.
"O Brasil lidera a lista, sendo o país com maior percentual de funcionários em regime presencial, embora de forma escalonada" aponta o relatório.
O Estudo de Perspectivas da Latam 2022, segundo o Bloomberg Línea, mostrou que 44,3% dos brasileiros estão trabalhando de forma híbrida atualmente.
40% das empresas pretendem manter o modelo híbrido de trabalho neste ano, 46,1% delas devido ao incentivo à interação entre as equipes e 33,7% devido à produtividade. De acordo com o relatório, entre os participantes da pesquisa que residem no México a produtividade foi um motivo muito citado para justificar manter o modelo híbrido de trabalho.
Os nômades digitais, assim chamados pelo Page Group, contam com algumas vantagens, segundo a pesquisa. "Um dos benefícios que o modelo híbrido traz é a possibilidade de viajar pelo mundo sem interromper o trabalho", lembrou a conclusão do estudo.
O relatório ainda informou que 44% das organizações da América Latina contam com empregados que trabalham em um país diferente do que a sede de sua empresa está localizada. Nesse cenário a Colômbia possui um percentual bem elevado, de 57,6%.
O Page Group ainda destacou que a abertura das organizações a modelos diferentes do presencial é facilmente perceptível ao observar as respostas da pesquisa. O grupo ainda apontou que em nenhum dos países a recusa ultrapassa os 30%. O Peru é o país em que se nota a maior abertura a este tipo de opção, com 52,4% das respostas afirmativas.
Os setores bancário, financeiro, de crédito e de seguros ainda não estão tão abertos ao modelo remoto de trabalho, embora possuam 62% de respostas positivas. Logo após esse setores ficaram as áreas de marketing, tecnologia, negócios digitais e aplicativos móveis, com adesão de cerca de 50% à opção de trabalho não integralmente presencial.
A maioria dos latino-americanos entrevistados pelo Page Group estavam empregados, mas 53,3% deles se mostraram abertos a novas oportunidades, desafiando suas empresas a oferecerem novos benefícios que os façam permanecer nas empresas atuais.
Segundo o relatório "Atualmente o compromisso (dos funcionários) com as organizações das quais fazem parte é relativo" e os que estão abertos a novas propostas têm "a necessidade de continuar crescendo profissionalmente em outros ambientes de trabalho, por razões salariais ou não".
A principal estratégia das empresas para manter seus melhores funcionários é a remuneração competitiva (43,1%), aponta a pesquisa. Além disso, as empresas também utilizam de oportunidades de aprendizado e desenvolvimento (40,3%) e de acordos de trabalho flexível (22,7%) que "se tornaram um benefício altamente valorizado desde a pandemia em toda a América Latina".
Os benefícios que as empresas planejam oferecer para seus funcionários na Colômbia nos próximos 12 meses são: bônus (59%), horário flexível (55,7%), política de trabalho remoto (49,2%), e plano de saúde (47,5%). Além disso, as empresas também contam com incentivos como; treinamentos, cartão corporativo, seguros e carro da empresa.
A pesquisa do Page Group contou com dados do Brasil, Argentina, Colômbia, México, Chile, Peru e Panamá em negócios que faturam entre US$ 100 milhões de dólares e mais de US$ 1 bilhão de dólares.
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