Servidores do BC retomam greve; entenda
Segundo sindicato da categoria, o reajuste de 5% proposto pelo governo é insuficiente.
Nesta terça-feira (03), os servidores do Banco Central (BC) devem retomar a greve que busca reajustes salariais e mudanças de carreira. A nova paralisação foi aprovada pelo Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central) e acontecerá por tempo indeterminado.
Tendo em vista que os salários dos analistas do BC variam de R$ 19.197 reais a R$ 27.369 reais, o sindicato não acredita que o reajuste de 5% para todo o funcionalismo federal proposto pelo governo será suficiente.
Quando questionado pelo Uol Economia sobre a retomada da greve, o dirigente do Sinal, Fábio Faiad, afirmou que as razões principais foram o descumprimento, por parte do presidente do BC, da promessa de conseguir uma reunião entre o sindicato e o ministro Ciro Nogueira; a não apresentação de uma proposta alternativa aos 5% (de reajuste) e a não apresentação de uma proposta sobre a parte não salarial das demandas da categoria.
Antes da primeira etapa da greve, que iniciou no dia 1° de abril, os servidores já se movimentavam a fim de promover paralisações. Em 19 de abril, o movimento foi suspenso, mas os servidores deixaram claro que não iriam ficar quietos diante da medida imposta caso não houvesse um avanço nas negociações.
Mesmo com a greve suspensa, os funcionários do BC não deixaram de protestar, realizando operação padrão e paradas das 14h às 18h.
Consequências do movimento
Durante uma entrevista coletiva na última segunda-feira (02), o Chefe de Departamento e Estatísticas do BC, Fernando Rocha, afirmou que as paralisações e a primeira etapa da greve impediram "uma série de trabalhos internos do BC".
Quanto à compilação de estatísticas que também foi afetada pelo movimento dos servidores, Rocha assegurou que o BC permanece com aquela política de avisar a respeito da retomada da publicação de estatísticas com pelo menos 24 horas de antecedência.
O Boletim Focus chegou a ficar três semanas sem ser publicado, e teve duas novas edições até o momento.
O que os servidores buscam?
Os servidores do BC reivindicam um reajuste salarial que esteja de acordo com suas perdas inflacionárias dos últimos anos, que chegam a 27%. Eles também pedem para que a entidade monetária exija nível superior para os cargos de técnicos do BC e que mude a nomenclatura dos analistas para auditores.
"Nós temos colegas (no INSS) que fazem 50, 60 horas por semana para conseguir cumprir as metas de produtividade. Mas nossos salários estão congelados há cinco anos. E aí o que o governo faz? O governo mantém o congelamento salarial e fica estipulando esses bônus de produtividade — que na prática não são bônus, são apenas uma complementação de renda, das perdas salariais dos últimos períodos", disse Cristiano dos Santos Machado, diretor da Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores de Saúde, Previdência e Assistência Social) em entrevista ao Uol Economia.
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