Saiba quando será o pico da inflação, segundo presidente do BC
Campos Neto explicou porque o BC teve que ajustar as estimativas.
A inflação no acumulado de 12 meses deve atingir o pico em abril ou maio, disse, no dia 11, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Os motivos do ajuste nas estimativas, segundo ele, são a quebra de algumas safras e a alta do petróleo no início do ano.
O Banco Central acreditava que a inflação atingiria o ponto mais alto entre janeiro e fevereiro, para então desacelerar. Agora, Campos Neto afirmou que o Brasil está pressionado por fatores internacionais, embora a inflação brasileira tenha suas peculiaridades, com energia e combustíveis subindo mais que no resto do mundo.
O presidente do BC apresentou uma estimativa segundo a qual o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estaria em 6,7% nos 12 meses terminados em janeiro se os custos de energia e de combustíveis estivessem na média de outros países. No entanto, o país fechou 10,38% no acumulado de 12 meses.
Segundo Campos Neto, o aumento da inflação no mundo não decorre de problemas de oferta, mas de deslocamento de demanda após a retomada econômica pós-covid.
"Quando olhamos os gargalos, não dá para dizer que é [escassez de] oferta com a produção crescendo tanto. Quem acreditava que era um problema de oferta está revendo", afirmou o presidente do BC. "Houve deslocamento não só na demanda por bens, mas também por energia. A produção de bens gasta seis vezes mais energia", acrescentou.
Alta de juros
Para Campos Neto, o Brasil está na frente no processo de aperto monetário frente aos outros países. "Vamos usar todas as nossas ferramentas para trazer a inflação para a meta", afirmou o economista.
Sobre a proposta de emenda à Constituição para desonerar os tributos federais dos combustíveis que tramita atualmente no Senado, o presidente do BC advertiu que medidas como a que está em pauta diminuem os preços no curto prazo, mas são insuficientes para segurar a inflação no longo prazo. Além disso, há o risco de elas resultarem em aumentos futuros de juros.
Para saber mais sobre as previsões do mercado para o futuro da inflação e da Selic após as falas de Campos Neto, leia nosso resumo do Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (14) aqui.
Comentários: