Por Redação em Sábado, 26 Novembro 2022
Categoria: Economia

Pós-Guerra: como fica a economia global?

Estudioso acredita que a era da "hiperglobalização" chegou ao fim. 

Segundo o economista Dani Rodrik, a era da "hiperglobalização", iniciada nos anos 1990, acabou. Para ele, com a pandemia e a guerra na Ucrânia, preocupações geopolíticas e de segurança nacional voltaram ao centro do palco mundial, deixando a integração econômica e financeira em segundo plano. A fala foi feita pelo professor de Harvard ao jornal Valor Econômico.

"Quase todo mundo concordaria, hoje, que o modelo de hiperglobalização que nós tivemos não é mais sustentável. Isso obviamente tem sido acentuado pela ascensão de conflitos geopolíticos entre o Ocidente e a China ou, agora, entre o Ocidente e a Rússia. Fica claro que estamos nos movendo em direção a uma nova era", afirmou Rodrik ao repórter Daniel Rittner.

Nova economia global

Segundo o professor, a produção, as cadeias de fornecedores e as relações financeiras estarão organizadas a partir de três pólos: Estados Unidos, Europa e China (com o Sudeste Asiático). Assim, a economia global deve passar a ser mais fragmentada e regionalizada. "A produção, as cadeias de suprimento e as relações financeiras serão mais organizadas por alianças regionais", afirmou Rodrik.

E o Brasil?

O acadêmico acredita que potências médias - grupo no qual ele vê países como Índia, África do Sul e o Brasil - devem atuar como pontes entre esses polos. Para ele, o Brasil ficará, naturalmente, mais próximo do mercado americano do que é hoje e nosso maior desafio será a integração doméstica: disseminar inovação e alta produtividade dos setores de ponta para os "retardatários".

Futuro

Rodrik disse esperar que a reversão na globalização não seja total - e que tenhamos a capacidade de caminhar para um novo tipo de globalização, "sem jogar fora os ganhos em integração comercial e dos fluxos de investimento". Para ele, a chave é "encontrar o ponto de equilíbrio entre a soberania nacional e o alcance dos mercados internacionais".

Segundo o professor, será preciso buscar um "ponto de equilíbrio": "Não podemos recriar o antigo mundo, que tampouco era sustentável, mas um mundo em que países estão crescentemente preocupados com a segurança nacional não significa que precisamos estar em conflito constante".

Para o estudioso, é possível conciliar os aspectos positivos da globalização com as preocupações, mas existe uma série de pré-condições, como países evitando a tentação da supremacia quando pensam em segurança nacional.

E você? Consegue imaginar como ficará a economia após a pandemia e a guerra? Conte para a gente! 

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