A Casa Branca determinou nesta terça-feira (30) que agências federais coloquem em prática planos de contingência diante da forte possibilidade de uma paralisação ("shutdown") do governo dos Estados Unidos. A decisão veio após o Senado rejeitar, por 55 votos a 45, uma proposta republicana que buscava estender o financiamento federal por mais sete semanas, segundo a Associated Press.

O resultado representou uma derrota para o presidente Donald Trump, que enfrenta oposição dos democratas em questões ligadas à saúde. Sem acordo, o país pode enfrentar, a partir da meia-noite (1 hora da manhã no Brasil) desta quarta-feira (1º), o primeiro shutdown em quase sete anos.

Com a ordem da Casa Branca, centenas de milhares de funcionários públicos federais correm o risco de serem colocados em licença não remunerada ou afastados temporariamente. Diversos serviços classificados como "não essenciais" devem ser interrompidos, atingindo desde agências reguladoras até setores de atendimento direto à população.

Economistas destacam que os efeitos econômicos seriam sentidos de imediato. Cada semana de paralisação pode reduzir o PIB dos EUA em até 0,1 ponto percentual. Além disso, relatórios importantes, como o Payroll (previsto para sexta-feira), podem ter a divulgação adiada. O funcionamento de departamentos dependentes de orçamento discricionário também estaria em risco, de acordo com a Reuters.

O impasse escancara o embate entre democratas e republicanos no Congresso, afetando diretamente a credibilidade da administração Trump em um ano pré-eleitoral. A última paralisação ocorreu em 2018, durou 35 dias e entrou para a história como a mais longa já registrada no país.

Com o prazo se esgotando, analistas avaliam que o governo deve entrar em shutdown já nesta quarta-feira, a menos que haja um acordo de última hora.