Payroll: EUA criam 209 mil postos de trabalho em junho; e agora?
Taxa de desemprego do país cai para 3,6% e se aproxima do pleno emprego.
A economia dos Estados Unidos criou 209 mil empregos em junho, em termos líquidos, segundo dados publicados nesta sexta-feira, 7, pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado ficou abaixo da mediana de expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 225 mil vagas.
Já a taxa de desemprego dos EUA recuou para 3,6% em junho, ante 3,7% em maio. A taxa veio em linha com o consenso do mercado.
O Departamento do Trabalho revisou para baixo os números de criação de postos de trabalho de maio, de 339 mil para 306 mil, e também de abril, de 294 mil para 217 mil.
Em junho, o salário médio por hora teve alta de 0,36% em relação a maio, ou US$ 0,12, a US$ 33,58, variação que ficou acima da projeção do mercado, de 0,30%. Na comparação anual, houve ganho salarial de 4,35% no último mês, também superior à previsão de 4,20%.
Os juros dos EUA vão aumentar?
Os números do emprego são importantes para determinar a direção da política monetária do Federal Reserve, que veem o forte mercado de trabalho e o desequilíbrio entre oferta e demanda ajudando a impulsionar a inflação - que há um ano estava em seu nível mais alto em 41 anos.
O FOMC usa os aumentos das taxas de juros para tentar esfriar a economia, embora o mercado de trabalho esteja desafiando os esforços de aperto do banco central.
Nos últimos dias, as autoridades do Fed forneceram indicações de que mais aumentos de juros são prováveis.. Especialistas esperam um aumento de um quarto de ponto percentual em julho, o que levaria a taxa básica de juros do Fed a uma meta entre 5,25% e 5,5%. A perspectiva mudou pouco após o payroll de hoje, com os traders precificando uma chance de 92,4% de alta na reunião de 25 a 26 de julho.
Segundo reportagem da CNBC, o relatório de junho "sugere que as condições do mercado de trabalho estão finalmente começando a diminuir de forma mais acentuada". A visão é de Andrew Hunter, vice-economista-chefe dos EUA na Capital Economics. "Dito isso, é improvável que impeça o Fed de aumentar as taxas novamente no final deste mês, principalmente quando a tendência de queda no crescimento dos salários parece estar estagnada."
Reação dos mercados
Os juros futuros acentuaram o movimento de queda após o relatório de empregos dos Estados Unidos. O CME Group, no entanto, apontava mais cedo 92,4% de chance de aumento de 25 pontos-base dos juros americanos neste mês. As taxas já tinham alívio em reação à aprovação da reforma tributária em dois turnos na Câmara.
Às 9h41 desta sexta-feira, 7, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 estava em 12,815%, de 12,837% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2025 cedia para 10,75%, de 10,82%, e o para janeiro de 2027, para 10,18%, de 10,29% no ajuste de ontem. O vencimento para janeiro de 2029 caía para 10,53%, de 10,65%.
Os mercados de ações norte-americanos passaram a operar em baixa com o resultado do payroll. Às 10h23, Os futuros do Dow Jones Industrial desciam 0,27%, aos 33.8 mil pontos, Os do S&P 500 perdiam 0,21%, aos 4.4 mil e os da Nasdaq 100 caíam menos, 0,01%, aos 15 mil pontos.
O Ibovespa segue com o índice futuro em alta, de 0,72%, buscando atingir o suporte dos 120 mil pontos.
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