IPCA-15 tem alta de 0,95% em março; saiba detalhes

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IPCA-15 tem alta de 0,95% em março; saiba detalhes

O índice trimestral chegou a 2,54%. 

Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação brasileira, teve alta de 0,95% em março, 0,04 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de fevereiro (0,99%). Foi a maior variação para um mês de março desde 2015 (1,24%). O IPCA-E, que se constitui no IPCA-15 acumulado trimestralmente, ficou em 2,54% para o período de janeiro a março, acima da taxa de 2,21% registrada em igual período de 2021. Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 10,79%, acima dos 10,76% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2021, a taxa foi de 0,93%.

PeríodoTaxa
Março de 20220,95%
Fevereiro de 20220,99%
Março de 20210,93%
Acumulado no ano2,54%
Acumulado nos últimos 12 meses10,79%


Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta. O maior impacto (0,40 p.p.) e a maior variação (1,95%) vieram de
Alimentação e bebidas, que acelerou em relação ao mês anterior (1,20%). O segundo maior impacto (0,16 p.p.) veio do grupo Saúde e cuidados pessoais, cujos preços subiram 1,30%, após a queda observada em fevereiro (-0,02%). Na sequência, vieram os Transportes, com 0,15 p.p. de contribuição e alta de 0,68%). Juntos, os três grupos representaram cerca de 75% do impacto total do IPCA-15 de março. Outros destaques foram Habitação (0,53%) e Artigos de residência (1,47%), este último com a segunda maior variação no índice do mês. Os demais grupos ficaram entre o 0,04% de Comunicação e o 0,95% de Vestuário.

O resultado do grupo Alimentação e bebidas (1,95%) foi influenciado principalmente pela alta dos alimentos para consumo no domicílio (2,51%). As principais contribuições vieram da cenoura (45,65%), do tomate (15,46%) e das frutas (6,34%). Houve ainda altas expressivas na batata-inglesa (11,81%), no ovo de galinha (6,53%) e no leite longa vida (3,41%). Nas quedas, destaque para o frango em pedaços (-1,82%), cujos preços já haviam caído em fevereiro (-1,31%).

A alimentação fora do domicílio variou 0,52%, ante 0,45% em fevereiro. O lanche acelerou de 0,09% para 0,92%, mas a refeição seguiu movimento inverso, passando de 0,57% em fevereiro para 0,25% em março.

No grupo Saúde e cuidados pessoais a variação (1,30%) está relacionada à alta dos itens de higiene pessoal (3,98%) e, em particular, dos perfumes (12,84%). Houve ainda aumento de 0,83% nos produtos farmacêuticos e de 0,58% dos serviços médicos e dentários. O item plano de saúde (-0,69%), segue em queda, devido ao reajuste negativo de -8,19% aplicado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no ano passado.

Nos Transportes (0,68%), o maior impacto (0,05 p.p.) veio da gasolina (0,83%), subitem de maior peso no IPCA-15, com 6,40% do total. O preço do combustível nas refinarias foi reajustado em 18,77%, em 11 de março. Houve altas também nos preços do óleo diesel (4,10%) e do gás veicular (5,89%). O etanol foi a exceção, com queda de 4,70%. Destaca-se também o resultado das passagens aéreas (-7,55%), cujos preços caíram pelo terceiro mês consecutivo.

Ainda em Transportes, no lado das altas, cabe destacar os automóveis novos (0,83%) e usados (0,70%), embora tenha havido desaceleração em relação ao mês anterior (quando registraram 2,64% e 2,10%, respectivamente). Nos transportes públicos, a variação positiva de ônibus urbano (1,04%) decorre dos reajustes nas passagens em três áreas:

  • Curitiba (10,67%): reajuste de 22,23%, a partir de 1º de março;
  • Recife (9,07%): reajuste de 9,33%, em vigor desde 13 de fevereiro;
  • Fortaleza (0,26%): reajuste de 8,55%, vigente desde 15 de janeiro.

Também houve reajuste nas passagens dos ônibus intermunicipais (0,37%) em Curitiba (1,51%) e no Rio de Janeiro (4,12%), ambos a partir de 1º de março.

No grupo Habitação (0,53%), os maiores impactos vieram da energia elétrica (0,37%) e do gás de botijão (1,29%), ambos com 0,02 p.p. Houve aumento de 16,06% no valor do gás vendido nas refinarias, ocorrido em 11 de março. No caso da energia elétrica, as variações foram desde -2,34% em Brasília até 4,00% em Goiânia. No Rio de Janeiro (0,93%), a alta decorre dos reajustes tarifários ocorridos nas duas concessionárias de energia pesquisadas (aumentos de 15,58% e 17,30%), ambos em vigor desde 15 de março.

Ainda em Habitação, destaca-se a variação positiva do gás encanado (2,63%), consequência dos reajustes de 2,95% e 7,72% ocorridos no Rio de Janeiro (3,19%) em 12 de fevereiro e 16 de março, respectivamente, e de 26,00% em Curitiba (15,70%), aplicado a partir de 25 de fevereiro. Por fim, cabe mencionar o resultado da taxa de água e esgoto (0,49%), influenciado pelos reajustes de 6,71% em Fortaleza (3,60%), válido desde 30 de janeiro, e de 8,98% em Goiânia (5,37%), vigente desde 1º de fevereiro.

Os Artigos de residência (1,47%) desaceleraram em relação a fevereiro (1,94%), mas seguem pressionados pelas altas de mobiliário (2,45%) e de eletrodomésticos e equipamentos (1,92%). Em 12 meses, a alta acumulada para os dois itens é de 19,88% e 19,25%, respectivamente.

Todas as áreas pesquisadas - 10 capitais e Goiânia - tiveram alta em março. A maior variação ocorreu em Curitiba (1,55%), puxada pela alta de 6,47% nos preços da gasolina. Já o menor resultado foi registrado em Brasília (0,61%), influenciado pelas quedas nos preços das passagens aéreas (-13,23%) e da energia elétrica (-2,34%).

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 12 de fevereiro a 16 de março de 2022 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de janeiro a 11 de fevereiro de 2022 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

 

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Domingo, 24 Novembro 2024

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