Inflação da zona do euro permanece estável em agosto, reforçando expectativa de juros inalterados
IPC sobe 2,0% em 12 meses, núcleo se mantém em 2,3%, e mercado vê mais de 80% de chance de o BCE não alterar taxas até o fim de 2025
A inflação ao consumidor na zona do euro ficou estável em agosto, o que pode levar o Banco Central Europeu (BCE) a postergar novos cortes nas taxas de juros para mais adiante neste ano.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) avançou 2,0% na comparação anual, repetindo o resultado de julho e ficando ligeiramente abaixo da expectativa de 2,1%. Em relação a julho, houve alta de 0,1%, após um mês anterior sem variação. A leitura do núcleo da inflação — que exclui alimentos e energia — permaneceu em 2,3% no acumulado de 12 meses até agosto, igual ao nível do mês anterior.
Na semana passada, o BCE manteve a taxa básica em 2%, decisão amplamente antecipada pelo mercado. A presidente Christine Lagarde afirmou que a inflação está onde a instituição deseja e que a economia doméstica segue resiliente. As projeções atuais do BCE indicam que a inflação ficará ligeiramente abaixo da meta durante 18 meses, voltando para 2% apenas em 2027.
De acordo com dados da LSEG, os investidores atribuem mais de 80% de probabilidade de que as taxas permaneçam inalteradas até o fim de 2025. Após a última reunião do BCE, o J.P. Morgan adiou sua previsão de corte de 25 pontos-base de outubro para dezembro. Já Barclays, Morgan Stanley e Wells Fargo mantiveram a projeção de um corte de 0,25 ponto para dezembro.
Mesmo assim, os estrategistas do J.P. Morgan alertaram que ainda existe risco de que o BCE não volte a reduzir juros, apesar de reconhecerem que o cenário de inflação continua sugerindo viés de flexibilização.
O presidente do Banco Central da Finlândia, Olli Rehn, destacou que o BCE precisa monitorar atentamente os efeitos da queda nos preços de energia e da valorização do euro, para evitar que a inflação se desvie significativamente da meta.
Com informações de Investing.com
Comentários: