Inflação anual dos EUA chega a 7,5%; o que o dado representa?
Foi a maior alta anual do índice de preços ao consumidor norte-americano em 40 anos.
A alta nos preços ao consumidor (IPC) divulgada nesta quinta-feira (10), que alcançou o patamar de 7,5% ao ano, indica, segundo uma reportagem do site americano CNBC, uma piora das perspectivas para a inflação do país e consolida a probabilidade de aumentos nas taxas de juros este ano.
O resultado da inflação, divulgado pelo Departamento do Trabalho americano, bateu a estimativa do Dow Jones para o indicador, que era de 7,2%, e alcançou a leitura mais alta em 40 anos: desde fevereiro de 1982.
Excluindo os custos voláteis de gás e mantimentos, o IPC aumentou 6%, em comparação com a estimativa de 5,9%. As taxas mensais do IPC também ficaram além do esperado, com o principal e o núcleo do IPC subindo 0,6%, ante estimativas de um aumento de 0,4% em ambas as leituras.
Reação do mercado
Os futuros do mercado de ações caíram logo após a divulgação do relatório, com o impacto maior sobre ações de tecnologia sensíveis às taxas.
Já os rendimentos dos títulos do governo subiram, com a nota do Tesouro de 10 anos de referência atingindo 2% - a maior alta desde agosto de 2019.
Segundo dados da bolsa de mercadorias dos EUA (CME), as chances de um aumento de 0,5 ponto percentual nos juros pelo Fed já em março subiram para 44,3% após a divulgação dos dados. Antes deles, era de 25%. Já as chances de um sexto aumento de juros ainda neste ano aumentaram para cerca de 63%, em comparação com cerca de 53% antes da notícia sobre a alta histórica na inflação.
"Com outro salto surpreendente na inflação em janeiro, os mercados continuam preocupados com um Fed agressivo", afirmou ao CNBC Barry Gilbert, estrategista de alocação de ativos da LPL Financial. "Embora as coisas possam começar a melhorar a partir daqui, a ansiedade do mercado sobre o possível aperto excessivo do Fed não desaparecerá até que haja sinais claros de que a inflação está sob controle", encerrou.
O que ficou mais caro nos EUA?
Alimentos e moradia subiram drasticamente. Os custos com moradia aumentaram 0,3% no mês, o menor ganho desde agosto de 2021. Já os custos com alimentação subiram 0,9% no mês, ficando em 7% em relação ao mesmo mês do ano passado.
O combustível aumentou mais em janeiro, subindo 9,5% - somando um total de 46,5% ao ano. Os custos de energia em geral, por sua vez, aumentaram 0,9% no mês e 27% no ano.
Os custos dos veículos - um dos maiores responsáveis pela inflação desde o início da alta, em 2021 -, ficou estável para novos modelos e aumentou 1,5% para carros e caminhões usados no mês de janeiro. Ambas categorias apresentaram aumentos respectivos de 12,2% e 40,5% no acumulado dos últimos 12 meses.
Relatório do Seguro-desemprego
Nesta quinta-feira também foi divulgado um relatório sobre os pedidos semanais de seguro-desemprego. As solicitações chegaram a 223 mil na semana encerrada em 5 de fevereiro, com um declínio de 16 mil em relação à semana anterior e alcançando o menor total de 2022 até o momento. A redução pode ser um indicador positivo a respeito da retomada da economia no país.
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