Inflação americana é a maior desde 1982

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Inflação americana é a maior desde 1982

Veja a reação das bolsas pelo mundo.

Foto: jcomp/Freepik.

O índice de preços ao consumidor (CPI) americano, divulgado nesta quarta-feira (12), ficou dentro da expectativa do mercado, sem causar grandes volatilidades nas bolsas de valores. O índice subiu em 0,5% em dezembro.

A preocupação dos investidores e gestores globais era a de que a inflação americana subisse além do previsto. Como isso não ocorreu, a pressão para alta de juros nos EUA diminui, favorecendo os ativos de maior risco.

Já os títulos do governo americano - treasury bonds - ficaram negativos: o rendimento dos treasuries para dez anos caiu 2,8 pontos base, ficando em 1,7%.

No Brasil, o reflexo imediato foi alta no Ibovespa, que opera no final desta manhã em 105.245,31 pontos, uma alta de +1.466,34 (1,41%). O índice já havia iniciado o dia em alta. Já o dólar segue negociado a R$ 5,56 reais, valor mais baixo dos últimos 30 dias.

Já as bolsas americanas abriram em alta, após o comunicado: o índice S&P 500 apresentava alta de +0,55%, com 4.739 pontos; Dow Jones subiu + 0,36%, com 36.383 pontos e Nasdaq avançou + 0,90%, alcançando 15.292 pontos.

Apesar do otimismo no mercado com os dados da inflação e a fala considerada como otimista por parte do presidente do Federal Reserve (Fed) ontem, no Senado dos Estados Unidos, o índice aponta uma inflação na casa dos 7% em relação ao ano anterior, a maior desde junho de 1982 nos EUA.

Inflação por setor

Excluindo os preços de alimentos e energia, o núcleo do CPI aumentou 5,5% em relação ao ano anterior e 0,6% em relação a novembro. Para o núcleo da inflação, foi o maior crescimento anual desde fevereiro de 1991.

Os custos com habitação, que representam quase um terço do total, subiram 0,4% no mês e 4,1% no ano. Foi o ritmo mais rápido desde fevereiro de 2007.

Os preços dos alimentos subiram 0,5% em dezembro, somando 6,3% em 12 meses, o maior aumento desde outubro de 2008.

Veículos usados - um dos principais componentes do aumento da inflação durante a pandemia devido às restrições na cadeia de suprimentos que limitaram a produção de veículos novos -, subiram mais 3,5% em dezembro, elevando o aumento anual para 37,3%.

Já os preços da energia caíram 0,4% no mês, com o diesel caindo 2,4% e a gasolina 0,5%. Ainda assim, a energia subiu 29,3% no período de 12 meses, incluindo uma alta de 49,6% na gasolina.

Posição do Fed

Embora o Fed use o índice de preços das despesas de consumo pessoal como principal medida de inflação, ele não é o único. As autoridades do Fed atribuem em grande parte as crescentes pressões inflacionárias a questões específicas da pandemia.

A maioria dos investidores espera, segundo a ferramenta FedWatch do Chicago Mercantile Exchange (CME), que o Fed comece a aumentar as taxas de juros em março. Os mercados seguem apostando uma chance de quase 79% para um primeiro aumento de 0,5% em maio, e mais 50% de chance de que o Fed realize quatro desses aumentos ainda em 2022. 

 

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Quinta, 21 Novembro 2024

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