O Federal Reserve (Fed, Banco Central americano) emitiu um comunicado nesta quarta-feira, sinalizando uma pausa nas elevações das taxas de juros, mas enfatizando que não está pronto para iniciar cortes. O Comité Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), em sua reunião de dois dias, alterou substancialmente sua declaração, removendo a linguagem que sugeria uma disposição para continuar elevando as taxas até que a inflação estivesse sob controle e a caminho da meta de 2%.

Inflação acima da meta

Apesar de retirar a indicação de novos aumentos, o comunicado não mencionou planos imediatos de reduzir as taxas, destacando que a inflação ainda permanece acima da meta estabelecida pelo banco central. As orientações fornecidas foram limitadas, mencionando apenas os fatores considerados nos "ajustes" da política, sem especificar as futuras decisões sobre taxas de juros.

A redução do intervalo da meta não é considerada apropriada até que haja maior confiança de que a inflação está se movendo sustentavelmente em direção a 2%, afirmou o comunicado.

Progressos e riscos

A declaração reconheceu um crescimento econômico sólido e progressos na inflação, destacando que os riscos para os objetivos de emprego e inflação estão se equilibrando. A cláusula referente à possível expansão adicional da política foi removida, deixando em aberto a questão de novos aumentos.

Expectativas do mercado

Os mercados, inicialmente à espera de uma redução das taxas em março, agora aguardam mais pistas sobre a política monetária na coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell. Após a decisão, as ações caíram para os mínimos da sessão.

Política monetária

O Fed, aproveitando a desaceleração da inflação, um mercado de trabalho robusto e um crescimento econômico sólido, mantém a flexibilização da política monetária, cauteloso quanto ao risco de um possível aumento da inflação. O comunicado indicou que o escoamento do balanço continuará em ritmo acelerado.

Apesar de alguns indicadores apontarem para um abrandamento no mercado de trabalho e nos salários, os economistas agora adotam uma narrativa de aterragem suave, onde a Fed busca reduzir a inflação sem prejudicar significativamente o crescimento econômico.

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