Fed corta juros em 0,25 ponto percentual mesmo em meio a apagão de dados
Comitê de Mercado Aberto (FOMC) reduz taxa para a faixa de 3,75% a 4% ao ano diante de sinais de desaceleração econômica nos EUA
O Federal Reserve decidiu reduzir a taxa básica de juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, nesta quarta-feira (29), levando o intervalo para entre 3,75% e 4% ao ano. A decisão, anunciada após a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), ocorre em um momento de incerteza, marcado pela falta de dados econômicos oficiais devido à paralisação parcial do governo americano.
Mesmo com o chamado "apagão de dados", que interrompeu a divulgação de relatórios-chave sobre emprego e atividade econômica, o Fed avaliou que havia espaço para um novo corte. O presidente da instituição, Jerome Powell, afirmou que a desaceleração no mercado de trabalho e a inflação em trajetória moderada justificam a decisão. Segundo ele, o risco de uma economia excessivamente enfraquecida agora supera o perigo de uma inflação ainda acima da meta de 2%.
A inflação anual nos Estados Unidos tem mostrado sinais de arrefecimento, girando em torno de 3%, abaixo dos níveis observados no início do ano. Já o mercado de trabalho, que vinha sustentando a economia americana, começa a dar indícios de perda de força, com menos contratações e aumento das demissões em alguns setores. Powell destacou que a prioridade do Fed é garantir estabilidade no emprego e evitar um desaquecimento abrupto da economia.
Sem acesso a dados recentes, a instituição tem se apoiado em indicadores privados e estimativas de alta frequência para orientar suas decisões. Ainda assim, o corte foi amplamente antecipado pelos mercados financeiros, que precificavam a medida como uma forma de prevenir um desaquecimento mais acentuado.
Com a nova taxa, os custos de crédito para empresas e consumidores devem cair gradualmente, impulsionando o consumo e o investimento. No entanto, o impacto total dependerá de como os bancos e instituições financeiras repassarão essa redução aos clientes. Analistas já projetam a possibilidade de novos cortes até o fim do ano, caso o cenário econômico continue se deteriorando.
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