Escalada do conflito no Oriente Médio pode trazer consequências ao Brasil?

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Escalada do conflito no Oriente Médio pode trazer consequências ao Brasil?

Confira as últimas falas de personalidades relevantes da economia do país acerca do tema. 

Plataforma de petróleo no oceano. Imagem: chandlervid85/Freepik.

O conflito entre Hamas e Israel, no Oriente Médio, está escalando. O ataque a um hospital na faixa de Gaza na terça-feira, 17, e os deslocamentos de mais de um milhão de civis escancararam o fato de que a situação pode não se resolver tão rápido. Nesse cenário, quais as implicações para a economia brasileira?

Confira as últimas falas de personalidades da economia brasileira acerca do tema.

Roberto Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira, 18, que há um risco de que a inflação de energia, principalmente ligada ao petróleo, continue alta por mais tempo. Campos Neto destacou que, mesmo antes do início do conflito Israel-Hamas, havia percepção de que um arranjo entre Arábia Saudita e Rússia poderia manter os preços do óleo mais altos.

"A gente bateu em preços nos quais historicamente imaginávamos que haveria um aumento da produção, e não teve", comentou o presidente do BC. "Mesmo antes já vinha esse questionamento, e tem todo o tema da transição verde, que acho que está um pouco por trás disso. E os estoques americanos estão no nível mais baixo em muito tempo", completou.

Segundo o presidente do BC, a grande preocupação em relação à guerra da Faixa de Gaza é com o eventual envolvimento do Irã no conflito.


Jean Paul Prates

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, avalia que, no momento, não há indícios de que a guerra entre Israel e o grupo Hamas interfira no preço dos combustíveis no Brasil. Contudo, se o conflito se alastrar, será a "tempestade perfeita" no mercado de petróleo e gás.

Prates reconheceu que o conflito já apresentou um impacto inicial no preço do petróleo, mas que houve uma estabilização após alguns dias. Segundo ele, a cotação do petróleo atualmente, em cerca de US$ 91 por barril (Brent), é alta, "mas não tem, necessariamente, a ver com esse conflito em si". "Já tinha uma inflação estrutural acontecendo."

E declarou, em uma análise no curto prazo: "Até que se alastre o conflito para um país produtor, falando de forma até um pouco insensível, claro que tem uma preocupação humanitária, com o problema da guerra, mas do ponto de vista do mercado de petróleo e gás, por enquanto, não há indício de que haverá alastramento disso para países como Irã, Egito, países produtores."

Prates afirmou que, das conversas que tem tido até o momento com representantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a intenção é procurar uma solução pacífica para a guerra e evitar um alastramento para o restante do Oriente Médio. "O preço do petróleo já está afetado, piorar mais a guerra é a tempestade perfeita", comentou.

O presidente da estatal disse ainda que há intenção de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar sobre o assunto. Contudo, em meio à recuperação do chefe do Executivo no Palácio da Alvorada após ter realizado duas cirurgias no último dia 29, a agenda de Lula está mais restrita.

As declarações foram dadas no período da manhã, após Prates se reunir com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e com o secretário-geral da Opep, Haitham al-Ghais, que visita o Brasil nesta semana. De acordo com o presidente da Petrobras, o encontro foi de cortesia.

Prates acrescentou que a organização está numa "missão" de renovação, trazendo uma visão mais comprometida com a transição energética. "O Brasil é importante, tem recursos naturais abundantes, está fazendo transição energética, é capaz de dar um exemplo como sempre e a gente tem estreitado as relações", declarou.
 

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Sexta, 22 Novembro 2024

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