Aziz, sobre mudanças no arcabouço: Senado não deve apenas dizer amém ao que veio da Câmara

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Aziz, sobre mudanças no arcabouço: Senado não deve apenas dizer amém ao que veio da Câmara

A fala do relator ocorreu durante a leitura de seu parecer sobre o arcabouço fiscal.

Microfone em destaque em um cenário desfocado. Foto: Ilyass SEDDOUG/Unsplash.

Durante a leitura de seu parecer sobre o arcabouço fiscal, o relator, senador Omar Aziz (PSD-AM), justificou nesta terça-feira, 20, as mudanças no texto argumentando que o Senado não tem de dizer "amém" para as propostas da Câmara dos Deputados e que manteve conversas com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o relator da proposta naquela Casa, deputado Claudio Cajado (PP-BA), para evitar rusgas.

"Esse é o avanço possível no momento e por isso defendemos o projeto na sua essência. Isso não quer dizer que o Senado deva apenas dizer amém ao que veio da Câmara dos Deputados, por isso as mudanças que estamos fazendo", comentou o senador.

Aziz disse que conversou "demoradamente" com Lira e Cajado sobre o assunto "para que a corda não ficasse se esticando para um lado ou para outro e o Brasil perdesse (a oportunidade de votar a regra) e se criasse uma instabilidade em relação a isso", disse durante a sessão.

Aziz retirou do limite de gastos o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) e despesas com ciência, tecnologia e inovação.

Como o FCDF entrou na lista das exclusões, Aziz acatou emendas para manter a sistemática de atualização do fundo como é atualmente.

Ele ainda acatou a sugestão para a criação de um Comitê de Modernização Fiscal, com a participação dos ministérios da Fazenda e Planejamento, Tribunal de Contas da União e representantes da Câmara e Senado.

Regra de apuração da inflação

Após terminar a leitura de seu relatório sobre o arcabouço fiscal, Aziz disse que, se o texto encerrasse a tramitação no Senado, teria alterado a regra de apuração da inflação. "São duas Casas e a Câmara tem a última palavra nesse projeto, infelizmente. Se nós tivéssemos a última palavra, algumas questões estariam colocadas aqui como mudar o IPCA de julho a junho para dezembro a novembro", comentou.

Aziz vinha sinalizando que gostaria de promover essa mudança no período de aferição da inflação, que influencia o crescimento de despesas.

A proposta inicial do governo considerava o período de janeiro a dezembro, mas a Câmara dos Deputados mudou para julho a junho, como está em vigor atualmente. A proposta defendida por Aziz permitiria que se usasse, na lei orçamentária, o valor oficial da inflação do ano até novembro e uma projeção para dezembro.

Tramitação

Depois de ser votado pela CAE, o texto com as alterações de Aziz ainda será analisado no Plenário do Senado e terá de retornar para a análise dos deputados.

A Câmara tem a palavra final sobre o projeto e poderá descartar as mudanças que os senadores fizerem.

 

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Sexta, 08 Novembro 2024

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