Ata do Copom: veja os principais pontos do documento

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Ata do Copom: veja os principais pontos do documento

Segundo relatório, o ritmo de ajuste da Selic pode diminuir. 

Foto: Sozavisimost/Pixabay.

O ritmo de ajuste da taxa básica de juros, a Selic, deve diminuir, segundo previsto na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (8) pelo Banco Central (BC). Entretanto, poderá ser revista para que a inflação vá em direção à meta, cujo centro é 3,5%.

Na última semana, o comitê aumentou a taxa Selic de 9,25% para 10,75% ao ano. A justificativa foi o aumento da inflação de alimentos, combustíveis e energia. É a primeira vez que a Selic chega a uma marca de dois dígitos desde julho de 2017.

A Selic é o principal instrumento do BC para controlar a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em 2021, o indicador fechou em 10,06%, no maior nível desde 2015, pressionado pelo dólar, pelos combustíveis e pela alta da energia elétrica.

A ata publicada hoje pelo BC diz que o Comitê antevê como mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros. "Essa sinalização reflete o estágio do ciclo de aperto, cujos efeitos cumulativos se manifestarão ao longo do horizonte relevante", completou o documento.

O Copom destacou ainda que os passos futuros dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária.

Projeções

No cenário de referência descrito pelo Copom, com trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e dólar cotado a R$ 5,45, as projeções de inflação ficariam em torno de 5,4% em 2022 e 3,2% em 2023.

De acordo com as projeções, a inflação deve encerrar 2022 acima da meta - seu limite de tolerância é 1,5 ponto percentual, com a inflação podendo ficar entre 2% e 5%. Já para 2023, o centro da meta é 3,25%, também com tolerância de 1,5 ponto percentual.

As projeções para a inflação de preços administrados são de 6,6% para 2022 e 5,4% para 2023. "Adota-se a hipótese de bandeira tarifária vermelha patamar 1 em dezembro de 2022 e dezembro de 2023", projeta o comitê.

Fatores de risco

De acordo com o cenário de referência do Copom, a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções: de um lado, uma "possível reversão, ainda que parcial", do aumento nos preços das commodities em moeda local, que produziria trajetória de inflação abaixo do cenário de referência; do outro, "políticas fiscais que impliquem impulso adicional da demanda agregada ou piorem a trajetória fiscal futura podem impactar negativamente preços de ativos importantes e elevar os prêmios de risco do país".

Contas Públicas

Na avaliação de riscos, o Copom argumentou que, ainda que houvesse desempenho mais positivo das contas públicas, a incerteza em relação ao arcabouço fiscal segue mantendo "elevado o risco de desancoragem das expectativas de inflação". Isso acaba por implicar em uma "maior probabilidade" de trajetórias para inflação acima do esperado.

"A incerteza em relação ao futuro do arcabouço fiscal atual resulta em elevação dos prêmios de risco e eleva o risco de desancoragem das expectativas de inflação. Isso implica atribuir maior probabilidade para cenários alternativos que considerem taxas neutras de juros mais elevadas. O Copom reitera que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para o crescimento sustentável da economia", afirma a ata.

Pleno emprego

Segundo a ata, seu objetivo fundamental é o de assegurar a estabilidade de preços, e sua decisão também implica "suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego". 

 

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Segunda, 16 Setembro 2024

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