Alta nos combustíveis: os preços podem baixar? Vai ter greve?
Governo busca saída junto ao Cade; caminhoneiros ameaçam paralisação.
A última alta no preço do diesel realizada pela Petrobras na terça-feira (10), de 8,86%, vem causando um efeito cascata: a queda do ministro das Minas e Energia, o descontentamento dos caminhoneiros, que ameaçam novas paralisações e uma alta generalizada nos preços - o que aumenta também a inflação, que chegou a 1,06% em abril, a maior no mês desde 1996.
O novo ministro das Minas e Energia, Adolfo Sachsida, entra com o discurso de acelerar privatizações, enquanto o governo federal quer recorrer a um parecer do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) - ainda não divulgado - para tentar baixar os preços dos combustíveis em cerca de 15% para o consumidor final.
Uma reportagem do jornal O Globo afirma que técnicos estão tentando encontrar uma saída para atenuar a alta dos combustíveis sem comprometer a imagem do governo, que evita tomar uma medida "antimercado", já que foi eleito com a promessa de ser liberal na economia.
Política de paridade de preços da Petrobras
Atualmente, os preços de combustíveis praticados pela estatal obedecem a lógica do mercado internacional, com uma política de paridade que leva em conta o valor de importação de combustível.
Com o relatório do Cade, que será resultado de dois inquéritos abertos para investigar um suposto abuso da estatal no mercado de combustíveis, o governo pode solicitar a adoção de outra referência.
A solução em vista, segundo fontes do governo ao jornal O Globo, seria o conselho recomendar que a estatal passe a se basear nos custos de exportação de combustíveis ao invés dos de importação.
Greve dos caminhoneiros?
Enquanto a situação dos preços não é definida, os caminhoneiros estão se mobilizando. O líder dos caminhoneiros nas manifestações de 2018 e presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como "Chorão", afirmou ao site Metrópoles que o transporte no Brasil "vai colapsar".
Segundo Landim, o transporte "não consegue repassar tudo, mas alguma parte repassa, e isso vai para os supermercados". A liderança afirmou que irá a Brasília nesta quinta-feira (12) para conversar com parlamentares e buscar uma solução.
Chorão afirmou ainda ao site que a categoria estuda a possibilidade de promover um ato contra a Petrobras e pareceu confuso com a fala do presidente do Brasil: "Vimos o último posicionamento do Bolsonaro pedindo para a Petrobras abaixar o preço do combustível. A gente viu o presidente indignado. Então, ele está pedindo para o povo ir para a rua e pressionar a Petrobras?", questionou.
Ao portal Uol, Landim afirmou que a categoria deve discutir no próximo domingo (15) se haverá nova paralisação nacional para protestar contra a alta no preço do diesel.
E você, apostaria em uma redução nos preços particados pela Petrobras? Conte para a gente!
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