Segundo a consultoria Stonex, a defasagem dos combustíveis comercializados pela Petrobras está em 24%, no caso da gasolina, e em 27% no óleo diesel. Isso quer dizer que os preços do Brasil estão bem abaixo dos globais – já elevados por conta da demanda proveniente da retomada da economia após a pandemia de covid-19 –, o que se soma ao conflito da Rússia (um dos maiores produtores de petróleo do mundo) com a Ucrânia. Nesse cenário, o temor é de aumento no preço dos combustíveis por aqui.

Na quarta-feira (02), o preço do barril de petróleo Brent chegou a US$ 115 dólares pela primeira vez desde 2008. No fechamento desta reportagem, era negociado na casa dos US$ 110 dólares.

Mas afinal, a gasolina pode subir 24% no Brasil? Bem, a Petrobras teve uma ideia para impactar menos o bolso do brasileiro, mas ela não é consenso: a empresa está recorrendo aos estoques comprados há cerca de dois meses, a preços mais baixos, para abastecer o país. O risco é que a reserva acabe e o abastecimento interno seja afetado.

A direção da Petrobras se reuniu na última quarta-feira para acompanhar de perto as oscilações do mercado e buscar estratégias.

Preços sem defasagem

Segundo Pedro Shinzato, o consultor em Gerenciamento de Risco responsável pela pesquisa da Stonex, caso a petroleira decidisse repassar integralmente a alta do petróleo para o consumidor, não contando impostos, o preço do litro da gasolina nos postos poderia subir de R$ 6,56 para R$ 7,15 e o do óleo diesel, de R$ 5,65 para R$ 6,64. Isso representaria alta de 9% e 17%, respectivamente.

Apesar de o Brasil ter uma grande produção de petróleo, a capacidade de refino do país não é a mesma, motivo pelo qual precisa importar o produto. A dependência externa de óleo diesel chega a 25%.

Com os preços da Petrobras inalterados desde o início do ano, inviabilizando a concorrência, nenhum outro exportador forneceu gasolina e diesel para o Brasil, o que deixou a responsabilidade de fornecimento de combustível apenas na mão da Petrobras.

E você, acredita que o preço da gasolina e do diesel vão permanecer inalterados ou aposta na alta? O que você pensa sobre investir em petróleo e na Petrobras neste momento? É hora de fugir ou de apostar? Conte sua opinião para a gente nos comentários!